Acabei hoje a minha primeira barra de champô sólido. Quando muito nova, a barra apresentava-se em forma de gota viscosa, cheia de graça, e atravessou todo o verão. Desfez-se o último troço esta manhã, exaurido que estava, convertido numa forma que não lembra a ninguém e que resulta, claro, da entropia causada pelos processos físicos e químicos que tanto sofreu. Mas aquilo lava bem. Antes de comprar esta forma de champô, eu andava hesitante pela cidade. Temia que um bloco assim, sólido, ainda que em forma de gota viscosa, fosse fazer do meu cabelo um molho de brócolos encravados quando chegasse a hora do banho, tornando impossível encontrar a saída. Contudo assim não foi. O produto cumpriu a função lindamente e já vem outro a caminho. Está a aguardar a sua vez de entrar ao serviço na gaveta do lado esquerdo, onde estão os sabonetes, o algodão, um frasco de creme, dois de Betadine e o utensílio assustador para os pés que continua embalado para não fugir e ir fazer maldades.
17/09/2021
14/09/2021
As janelas verdes não são
13/09/2021
Para onde foram os pastéis de bacalhau
Na semana passada fui passar dois dias inteiros e presenciais ao querido cliente Azul e aconteceu uma coisa. Por forma a evitar passar o almoço do segundo dia aos gritos com o simpático representante do cliente Azul como aconteceu no do primeiro dia devido ao acrílico fortíssimo à prova de vírus e outros fluidos assustadores que se interpunha à mesa no espaço interior da cantina, propus um desvio para a espécie de esplanada que ali está e que dá para um cruzamento da avenida não sei quê com outra qualquer, para a conversa fluir mais fácil e nos deixarmos, portanto, de gritarias. Entre a espécie de esplanada e o cruzamento referido há um descampadozinho bastante jeitoso para servir de morada a seres vivos do grupo das plantas e dos insetos. Mas não só. Também, descobri, o descampado serve de casa a seres vivos do grupo dos felinos de menor porte. Já se está mesmo a ver do que estamos a falar, tenho a impressão. Eu claro que estava apenas interessada no almoço em tranquilidade, sopa de legumes, um prato de pastéis de bacalhau com arroz de feijão e salada de tomate, e não tenho culpa nenhuma que um exemplar dos tais felinos de menor porte tenha vindo do seu descampadozinho para a espécie de esplanada fazer um ruído adorável ao pé de mim. A sua boquinha ainda jovem aberta na minha direção não ajudou à concentração no prato, especialmente porque incentivava com veemência (e o tal ruído adorável) que o meu alimento fosse para ela divergido. Foi difícil, claro que foi, mas portei-me lindamente e comi eu tudo.
Porém, uma
vez que, após sondagem dedicada, apurei que o animal referido não tem dono e vive para ali no descampado entre a avenida não sei quê e outra qualquer ao deus dará, coitadinho, estou a ponderar desviar-lhe o destino e oferecer-lhe um lar capaz de lhe suprir a necessidade alimentar, até porque, já agora, aqui a felina residente, digamos, está um
bocado mimada não sei porquê. Ora isto parece-me ser uma excelente desculpa.
03/09/2021
Chama-se Babilónia
Os comprimidos vitaminados que tenho tomado para dormir estão a resultar. E eu que não acreditava em pozinhos e cheirinhos para solução de problemáticas instaladas! Não se enquadrando porém estes exatamente nessa categoria do tão-levezinho-que-não-faz-nada, verdade seja dita, já que responde por eles uma marca de renome internacional e que, embora não se tenha empenhado muito em químicos de mascarar o horrendo sabor dos pequenos cilindros pegajosos na mucosa bucal, nos presenteia com a vitória do projeto farmacêutico não carecendo de receita médica! Sim, sim. Ao que para já tudo indica, acabaram-se as insónias de estimação.
Todavia não deixarei de reconhecer a sua utilidade já que, numa das últimas, pus-me a passear pela net e esbarrei com um assunto de grande interesse para mim. O novo livro da Ana Cássia Rebelo. Um livro que vá-se lá saber porquê precisa de apoios para ser publicado! O mundo anda distraído. Eu já dei o meu e agora cruzo os dedos com força.
É este: Novo livro de Ana Cássia Rebelo