Primeiro a semana acaba, depois entro no supermercado. Levo
a sensação de missão cumprida colhida mesmo ali na saída de emergência de
muitos dias de trabalho que não me levaram a melhor, mesmo assim. Sei que estou
baça e engelhada nesta sexta feira e desconfio que apenas caminho em linha
recta se me imprimir esforço. Talvez por isso uvas e cerejas, finalmente cerejas,
se tenham encontrado no tempo e no cesto que carrego na mão pelos corredores.
Falta o vinho, mas por forma a polarizar totalmente a minha gula por fruta, tiro uma
caixa muito bonita com pouquíssimas azeitonas gourmet e desta vez também vai
sumo para as miúdas.
Subtraio-me em poucos minutos à superfície comercial que não
é grande e enfio-me no carro para seguir rumo a casa. Antes de virar na última rua, passa-me ao lado esquerdo uma família de
orquídeas na esplanada da florista do bairro; há-as em rosa total, rosa velho completo, rosa seco com notas de branco,
branco limpinho com um toque de sol. Claro que o lugar de estacionamento, vago, à porta destas obras delicadas fez o resto. (As uvas e as cerejas continuam, admiradas, o seu encontro no
tempo e agora no saco de compras.)
- Boa tarde, quanto custam as orquídeas?
Diz-me a expectativa que posso estar prestes a ouvir doze
euros mas como trabalhei que nem uma mula nestas últimas semanas, acalento a esperança
de merecer que sejam oito, oito euros, minha senhora (senhora, porque estou um
caco estilhaçado tal como já expliquei).
- Vinte e cinco euros, minha querida.
O minha querida é uma merda porque me bloqueia o bom senso
necessário para fugir dali, digamos, ontem. Sou sensível a estas porcarias e
deve ser por isso que não hei-de enriquecer nunca.
- Levo a das notas de branco.
Dez minutos depois, em casa, abri a caixa das uvas e por vingança comi vinte
e cinco.
(as flores são para oferecer
à minha mãe no domingo, mas entretanto lembrei-me que os seus dois gatos são
capazes de as querer mastigar, dar-lhes bofetadas nas pétalas com as patas
peludas ou então jogar às escondidas atrás das belezuras e portanto estou apreensiva;
uma fortuna destas)
Talvez os gatos respeitem as mais caras :)
ResponderEliminarAi Cuca, isso dá-me esperança, que tu és miúda para saber tudo sobre misticidades dos seres! :-)
EliminarO meu gato respeita-me as flores, já as cerejas se calha cair alguma ao chão é brincadeira na certa :)
ResponderEliminarBom fim-de-semana, Susana
Que bom, Té. Eu queria mesmo isso, uma palavra experiente, obrigada.
EliminarAssim vou confiante com o vaso na mão e deixo as cerejas em casa. :-)
...eu não confiaria nos gatos: gostam de brincar com euros pendurados em delicadas hastes...
ResponderEliminarAh, e uma vez acordei com uma cereja na cama.
Bom Domingo, Susana, nunca tinha dado aqui uma "arranhadela", mas venho com frequência espreitar, e gosto bastante.
Oh, que bom ter cá vindo "arranhar", Teresa!
ResponderEliminarSe os gatos não estiverem à altura de deixar tão delicadas hastes em paz, voltam as flores comigo para casa. :-)
Bom domingo, Teresa. (eu fui uma vez aos Atalhos de Campo mas depois quando voltei bati com o nariz na porta e agora acabo de ver que está disponível outra vez! :-))
Cerejas, uvas, vinho (mesmo em falta, fica a lembrança), orquídeas...
ResponderEliminarNo fundo, no fundo, as cerejas foram substituídas pelos gatos no topo do bolo. :)
Um bom domingo!
Olá AC, seja bem-vindo!
EliminarEu espero que os gatos no topo do bolo não signifique os gatos no topo das orquídeas (carérrimas). :-)
O vinho não faltou, que eu meti-o no cesto.
Boa semana, AC.
Com tudo isso que foi dito, espero que tenha sido um domingo bem passado
ResponderEliminarOlá Benó, bem-vinda! :-)
EliminarFoi um domingo muito bem passado, os gatos atiraram-se ao laço que envolvia o vaso da orquídea e não à flor, uma sorte.