Tenho uma relação esquisita com os balcões da
carne e do peixe inseridos num supermercado, que os outros não é costume visitar. Ou gosto ou não gosto. Os da carne não me agradam à vista, quer dizer, não me agrada imaginar comê-la, dá-me arrepios os coelhos. Os do peixe demoram imenso porque há amanhar
o dos outros fregueses que chegaram antes de mim e eu espero e vou olhando, vou olhando o peixe. E disto gosto, é esquisito.
Pedi robalos como se fossem bons, naturais e selvagens, arranja-me estes robalinhos, se faz favor? pedi lombos de bacalhau fresco que hoje havia-os e pedi só mais uma coisa, filetes de peixe espada preto, quer que tire a pele, menina?, não, deixe ficar a pele, a gente tira no prato. Mas olhei para o cherne às fatias. Cherne. O cherne é estupidamente caro. Como diria a minha irmã Ana quando era pequenina e sabia pouco da língua portuguesa, por exemplo "tugaluga" era tartaruga, lembro-me tão bem, diria então a minha irmã em pequenina sobre o cherne assim: o cherne é muita caralhão! Passo os dias à procura de palavras para o meu trabalho, os últimos tenho-os passado a buscar também outras, filhas da indignação, da tristeza, da revolta, umas que conseguissem explicar o incompreensível, e perco-as depois aqui no blogue. É postas. É cherne às postas.
Pedi robalos como se fossem bons, naturais e selvagens, arranja-me estes robalinhos, se faz favor? pedi lombos de bacalhau fresco que hoje havia-os e pedi só mais uma coisa, filetes de peixe espada preto, quer que tire a pele, menina?, não, deixe ficar a pele, a gente tira no prato. Mas olhei para o cherne às fatias. Cherne. O cherne é estupidamente caro. Como diria a minha irmã Ana quando era pequenina e sabia pouco da língua portuguesa, por exemplo "tugaluga" era tartaruga, lembro-me tão bem, diria então a minha irmã em pequenina sobre o cherne assim: o cherne é muita caralhão! Passo os dias à procura de palavras para o meu trabalho, os últimos tenho-os passado a buscar também outras, filhas da indignação, da tristeza, da revolta, umas que conseguissem explicar o incompreensível, e perco-as depois aqui no blogue. É postas. É cherne às postas.
(telefonaram-me da seguradora à qual está entregue o seguro
da casa da serra, perguntando se precisávamos de alguma coisa, se o fogo tinha
lá chegado, se havia perdas a registar, que estavam a ligar a todos os clientes
com casas seguradas na área ardida, se haveria indemnizações a dar, indemnizações!
– eu, estupefacta, incrédula, disse que não, que a nós não, o fogo passou perto mas à casa só chegou fumo, e desliguei a pensar que se não
tivesse sido comigo este telefonema eu teria tido dificuldade em acreditar nele)
Eu também vou nessa posta de cherne. A gargalhada que dei foi a primeira deste... Verão!
ResponderEliminarBom Verão, Sus(ana)s :)
Minha querida Teresa, obrigada por essa gargalhada.
EliminarQue o teu Verão seja quentinho, não demasiado quente.
A(s) Sus(ana)s agradece(m). :-)
o bacalhau fresco também é para o caralhote...mas é tão bom. coitadinho do peixinho...
ResponderEliminarbom dia, Susana :)
O bacalhau fresco está quase a ultrapassar o seco au sel. Aqui em casa come-se muito bem.
Eliminar(mesmo sendo caralhote) :-)
Querida Susana, passei só para me certificar do título... Mal me recomponha do riso volto para ler o post.
ResponderEliminarRealmente este título ficou um bocado bojudo, pois ficou.
EliminarIndemnizações como, Susana?! Não sei se percebi...
EliminarIndemnizações, no caso de ter havido danos e ser necessário.
EliminarNão é que eu tenha, felizmente, muita experiência em participações de sinistros a companhias de seguros, mas tinha a ideia de que estas mais depressa se tentam esquivar a, por exemplo, pagar indemnizações aos sinistrados/segurados do que adiantarem-se a telefonar e a perguntar se não precisamos de alguma coisa (ele usou de facto a palavra indemnizações - talvez não esteja aqui muito bem aplicada, mas de qualquer modo a iniciativa da seguradora surpreendeu-me pela positiva).
Ah sim, também tenho ideia que com danos em habitações em virtude de fogos florestais eles não levantam problemas.
Eliminar(Foi uma desgraça tão grande... É quase uma responsabilidade social serem proactivos para ajudarem as pessoas. Mas sim, concordo contigo, ainda bem que o fazem.)
Eu tenho uma ideia um bocadinho diferente sobre aquilo que poderá mover Companhias de Seguros em circunstâncias como esta a ligar para segurados perguntando-lhes se "precisam de alguma coisa"...
Eliminar« "Perante uma tragédia inigualável em Portugal, a Liberty Seguros apresenta as suas condolências aos familiares das vítimas que perderam a vida, bem como os que viram os seus bens fustigados pelas chamas nos concelhos de Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera neste fim-de-semana", sublinha o comunicado enviado pela seguradora às redacções.
EliminarA situação está a ser acompanhada com regularidade pela Liberty Seguros no local e, "assim estejam reunidas as condições de segurança e as autoridades o permitam, será deslocada uma Unidade móvel de Apoio ao Cliente para as regiões afectadas. A Unidade Móvel e os representantes Liberty Seguros estarão disponíveis para qualquer esclarecimento no âmbito das perdas de familiares e bens móveis e imóveis", acrescenta.
"Esta presença no terreno pretende assim ajudar os nossos clientes afectados a retomar a normalidade tão breve quanto possível, identificando os casos no próprio local e acelerando os processos e pagamento de indemnizações", diz a seguradora.»
JORNAL DE NEGÓCIOS
Ah, Lady Kina, mas isso é também o que a "minha" seguradora está a fazer, depois do telefonema veio um email com texto idêntico a esse da Liberty, informando que também estão no terreno, etc, disponibilizam linha telefónica de apoio e ainda me pedem para eu divulgar a quem mais eu conheça e que precise. A seguradora de que falo é a Fidelidade.
EliminarObrigada pela contribuição, é bom saber que há mais quem atue assim.
O título que me arruinou o cherne.
ResponderEliminarE que a mim deu o prazer de o trazer de volta a este lugar, Outro Ente.
EliminarO 'titalo' Susana, o 'titalo'!!! Juro que pensei em tudo menos na mana mais nova ainda com a batata quente na língua.
ResponderEliminar;)
Minha querida Uva, não deves ter sido a única, porque este é o post mais visitado de sempre neste blogue.
Eliminar:-)
(estive 20 minutos este ano na Feira do Livro...)
Estive lá bastante tempo este ano, 2 horas vá. Achei 50 euros na rua, precisamente a caminho da feira, e não descansei enquanto não os gastei. Mas pasma: 50 euros não chegaram para 4 livros, dois deles infantis. Que careza!
EliminarDá pelo menos 12,5 cada um...
EliminarSabes, eu muito raramente acho os livros caros. A menos que sejam porcarias de livros, claro.
Normalmente, o que aprendemos com eles, ou o prazer que nos deu lê-los, vale bem mais do que aquilo que pagámos por eles. Não concordas?
:-)
Sim, realmente. Comprei um muito especial. Chama-se "A Decadência do Paradoxo" do italiano Pitigrilli, e em catorze páginas aprendi mais coisas do que no 3° ciclo. ;) Mas eu sou um nadinha forreta... Abraço desde Nisa. Tá-se bem no Alentejo.
EliminarÉ um abraço comprido, Uva, eu retribuo desde a Frísia, na Holanda.
EliminarAqui está frio. E vento. E chuva.
:-)
Fazem falta mais títulos assim.
ResponderEliminarFazem falta mais balcões que atendam como deve de ser o que tiver de ser.
E, sendo para isso que servem, fazem falta seguradoras que nos façam sentir seguros e não roubados e desapontados.
Pena é que seja preciso uma tragédia destas proporções para que um funcionamento que devia ser normal não pareça extraordinário.
É que, por norma, lidar com seguradoras sai-nos bastante caralhão ;)
Mas que satisfação em ver aqui o ilustre Sérgio Mak :-)
EliminarÉ uma pena que tenhamos essa ideia negativa sobre seguradoras - que infelizmente é fundamentada, mas de facto neste caso o procedimento tem sido diferente.
Um abraço e quase me apetece mandar beijinhos aos meninos. :-)
Pois não sei. Ao contrário de toda a gente, não aprecio o aumentativo do título. E o melhor de tudo foi o que respondeu à seguradora, isso sim, importa e descansa-nos. Que peixes e carne estão para quem os queira e possa comprar em todos os super e hipermercados. Com a adjectivação que dê jeito e se deseje.
ResponderEliminarClaro que não, querida bea, nem eu gosto do título, mas enfim, a minha irmã tinha tanta graça a usar termos assim à deriva, digamos... :-)
EliminarObrigada, bea. O fogo chegou de facto perto, mas não chegou lá.
O cherne tem que ser assim, caralhão, porque até já foi alvo de um célebre poema dedicado a um conhecido político pela sua excelsa esposa! :P
ResponderEliminar(ainda bem que não foste uma das afectadas)
Beijos, Susana :)
(glup) Temo não conhecer esse poema...
EliminarMas não me admiro que peixe tão bom tenha inspirado poesia.
Um beijinho, Maria :-)
Jesus, quando vi este título no feed tive de vir aqui ver se me tinha enganado mas afinal não era mesmo a Susana com a voz muito solta.
ResponderEliminarAinda bem, Susana, que não tiveram prejuízos. Mantenha essa companhia de seguros, presta um excelente serviço ao cliente.
(o título, meu Deus, o título...)
"era mesmo a Susana com a voz muito solta." Hahahahahahahah
EliminarArranjei pois um título que não combina assim muito com o que se espera de mim, já vi :-)
EliminarMas que foi um belo título foi, porque me trouxe para aqui a vossa visita e respetivos ilustres comentários. E isso sim, combina comigo. :-)
Manterei esta seguradora, sim, Picante, aproveitei para lhes dizer ao telefone que achei a iniciativa excelente.
huhuhu viva a tugaluga! =)
ResponderEliminarViva pois a tugaluga, que devagar se vai ao longe.
Eliminar:-)