06/08/2018

Meia duzinha (daí talvez o post)

Ou as moscas se aquietaram agora há menos de nada ou tomaram por saída a entrada que optaram por fazer para dentro da mesma sala que eu: as janelas abertas à tarde do verão. (Mas eu foi toda pela porta, óbvio.) Portanto sem insetos zunzentos ficou um silêncio quente. O ar assim calado de leve não dá nada, antes pesa, encaixa ao colo, demora-se. Fui pois inventar uma água fresca como as que se veem nos jarros em revistas muito bonitas sobre decoração e que apetece é logo bebê-la. Tem limão em partes, um pau de canela jeitoso e meia duzinha de folhas de basílico fresco, grandes, cortadas em três por incentivo a darem mais suco. O jarro fica enfeitado de cores assim a deleitar os olhos e a distrair da tarde. O líquido turva-se destes aromas devagar e depois mata a sede. Muito bem. Então invoquei o estado de férias em que me encontro, recostei-me em almofadas do sofá e retomei a leitura de mais uma beldade deste verão. Com esta já são quatro, de seguida. Uma fartura, quer dizer.


(e gosto de escrever meia duzinha, gosto gosto)

6 comentários:

  1. Com a 'duzinha' fizeste-me lembrar de quando os clientes me pedem, por exemplo, meio quilinho de gesso :-)

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    1. Isso é porque eles querem um meio quilo mais levezinho, os espertos :-)
      Estás boa, Gina? Aguentas esse calor todo aí em Lisboa?

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    2. Estou bem, Susana, obrigada. O calor amainou hoje de tarde. Felizmente, nos piores dias, praticamente não saí de casa. Por sorte o pior calor calhou no fim-de-semana.

      Beijinhos

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    3. Beijinhos de volta, Gina. E ainda bem, então. :-)

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  2. Sim, Meia duzinha, é bem capaz de ser giro escrever. Agora isto, caramba, Susana, isto: "O jarro fica enfeitado de cores assim a deleitar os olhos e a distrair da tarde. O líquido turva-se destes aromas devagar e depois mata a sede." Caramba, Susana, e por falar em poesia, e verdadeira, que coisa mais bonita. Essa água fresca saiu, mesmo, mesmo enriquecida! :-)

    E boa continuação do estado de férias, e dessa belezura toda de leituras.

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    1. Ó Cláudia, sabes do que estava eu à espera de ler no teu comentário?... :-)

      (Obrigada, poesia é talvez ter leitores tão generosos como tu)

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