30/11/2019

Margaret

Não sei porquê, dá-me sempre vontade de escrever no comboio ou no aeroporto. Mas agora é no comboio. Vai todo sujo, este. Leva, imóvel no chão, um m amarelo possivelmente coberto de bactérias gulosas. Da coleção de chocolates em bolinhas coloridas m&m's, já se vê. Mas como é só um, digo m (não foi engano). Ainda é muito cedo, era noite completa quando entrei no comboio, as cadeiras vão quase todas vazias. Sujas e vazias. Também por ser sábado (o irem vazias).
Tenho estado a pensar na vida infeliz de tantos membros da coroa britânica, com particular incidência em Margaret. Por causa de ter andado a ver a série, sim, a série!, "The Crown". Sinceramente prefiro ir num comboio sujo tendo por companhia o m amarelo, possivelmente bacteriano, estendido no chão, do que viver naquele enquadramento de salamaleques e sabe-se lá que constrangimentos, espartilhos e frustrações. Talvez mesmo um certo tédio now and then. Que sorte tive de não calhar nascer naquela família. Nem sequer um pequeno blogue decerto poderia manter para atender a estas vontades que me dão no comboio. E chegando aqui, de repente rematar que o céu já está a clarear dum lado.

4 comentários:

  1. Comboio sujo, Susana? Não me diga que já entrou no Reino de Portugal;)

    Isso dos reinos e reinados não deve ser nada fácil (no matter what they say) e antigamente até era bem difícil conservar a cabecinha no lugar (if you know what I mean).
    Eu também tenho um fraquinho por ver filmes e séries da coroa britânica.
    Se por acaso vir a Miss Marble, dê-lhe um abracinho por mim, okay?

    Bom fds, Susana :)
    🐾

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    1. Na Holanda também há comboios sujos, Maria. :-)

      The Crown tem sido a minha única série, mas acho que gostei mais da primeira coleção de episódios, dos atores inclusive.

      Será entregue o abracinho - tem que ser pequenino, mesmo - à Miss Marble. :-)

      Um bom domingo, Maria 🌻

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  2. Um verdadeiro luxo, a liberdade.
    Mal falamos em liberdade, alguém diz logo que ninguém é livre, que, "Liberdade", é conceito, utopia, mas, também toda a gente sabe, entre não existir qualquer liberdade e liberdade total, existe uma grande distância e uma enormidade de graus, então, poderemos alterar e dizer que, conseguir um razoável grau de liberdade ultrapassa, de forma incalculável, o valor das jóias da Coroa Britânica, por exemplo. Compreende-se que, nascer já num contexto de ter de abdicar de, tenha essa espécie de compensação, pobre, em forma de gaiolas douradíssimas.

    Olá Susana!

    Uma semana em bom :-)

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    1. Olá Cláudia!

      Indeed. Resumiste na perfeição exatamente como as coisas são no que concerne a liberdade.
      Eu até aposto que alguns deles trocavam as gaiolas douradíssimas (bem, alguns trocaram mesmo) por uma vida com um certo grau de liberdade.
      Mas olha, tenho a dizer-te que descobri recentemente que há uma diferença substancial em viajar de comboio na segunda classe e na primeira. Bolas, mais valia ter ficado quietinha na segunda classe. :-) (isto não tem nada a ver, mas lembrei-me e como gosto de falar contigo...).
      Um semana em bom também para ti! (válido até à próxima 4ª feira)

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