20/05/2021

Olha a ladainha, dia oito

Hoje de manhã dediquei o escorvar do dia a uma visita à livraria. Quando vi que a Djaimilia Pereira de Almeida lançou um novo livro, fui logo comprá-lo. Ter lido “Luanda Lisboa Paraíso” bastou. Porém, como não gosto de comprar um livro só de cada vez para que ele não se sinta desacompanhado na caixa de expedição desde os armazéns da Porto Editora até Lisboa, coitadinho, fui à pesca de mais dois, para aconchegar. Já tenho então três a caminho, se as contas estão bem feitas, que só dois é pouco. Mas claro que andei a vaguear pelas montras. Peguei na Julia Navarro e na Maria Dueñas, hoje acordei algo hispânica, mas nenhuma me conquistou pelas sinopses. Nem sequer pelos inúmeros comentários de leitores entusiasmados. Gosto de ler os comentários e já tenho lá uma ou duas pessoas de referência capazes de, sem saberem, me encaminharem para terreno firme quanto à leitura. Na generalidade, os comentários são mais ou menos elaborados, empenhados, honrando o papel informativo a que se propõem. Mas hoje notei que, entre os de puro-sangue, obviamente autênticos, há alguns completamente fora da caixa (embora dentro dela; isto trata-se de uma figura de estilo da atualidade). Exemplos: “Ainda não li o livro, mas deve ser bom, estou com muita vontade de o ler!” ou “Acho que a minha filha vai gostar, comprei para ela!” ou ainda um vazio “Muito bom!”

E de repente caiu-me a ficha, ah!. Está então explicada a mensagem recentemente enviada aos clientes informando, com muito jeitinho, que o euro de bónus atribuído ao leitor por cada comentário a um livro que tenha adquirido, só será creditado se aquele refletir realmente a opinião sobre o livro, uma vez que é esse conteúdo que pode servir a outros leitores e tal e tal. Quer dizer, abusadores miseráveis.

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