15/07/2023

Café e leitura

Lembrei-me ontem, no decorrer da tarde e do concerto para piano número dois de Rachmaninoff, de lançar um desafio em redor: expliquem lá, meus queridos, uma situação vibrante durante meia horinha sem utilizarem a muito palavra imagina. 

Entretanto corri aos correios para levantar os dois livros de Direito que contrapesam um garrafão cheinho de litros de água e que surpreendentemente anseio por ler. Desconfio que adicionalmente serão capazes de engrandecer o meu pobrezito músculo de braços.

Com a chuva que por fim cai em cheio sobre o vale após toda uma noite de ameaças, a manhã claro que já vai plena só em café e leitura.

(mas ainda não percebi a cena medonha dos concertos de piano em palco pejadinho de velas acesas - a ideia não seria ouvir música em paz?)

(Figueiró dos Vinhos ou Figueirinho dos Vós, as you wish - reprodução de uma obra de José Malhoa, 1915, por Julio Anaya Cabanding)
(pronto, pronto) 

2 comentários:

  1. Há uns tempos, num concerto de piano por Ludovico Einaudi no Coliseu de Lisboa, as velas no palco foram substituídas pelos telefones na audiência. Apesar dos avisos prévios para que não fossem usados, mal começou o concerto, milhares de ecrãs iluminaram-se, oscilando como se fizesse vento na vetusta sala. E assim foi, de princípio a fim, em total oposição ao tom intimista que o concerto deveria ter. Portanto, se não é a organização a vandalizar o concerto com velas, são os fregueses com telefones (fregueses, porque vão a um concerto como se fossem ao Autódromo do Estoril) .

    E portanto, a situação só se pode considerar vibrante porque este que a descreve vibrou de irritação durante cerca de duas horas :-)

    Boas leituras, cara Susana :-)

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    1. É mesmo triste que os tais fregueses não sejam capazes de respeitar o ambiente e o espaço dos outros num concerto que não seria certamente do tipo festival de verão.
      Muito gostaria de saber como se resolvem estas distopias de educação que são tão prejudiciais à cultura.
      Bons concertos, na medida do possível, caro Xilre!

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