21/10/2015

Café com leite e este é capaz de ser o pior post de todos

Os meus colegas de trabalho, com quem almoço quase todos os dias desde há muito muito tempo, imenso tempo, são ainda mais antigos que eu e falam com frequência de como eram as coisas dantes, os terrenos, as ruas, as casas, as azinhagas, havia o senhor Manuel e todos menos eu se lembram do senhor Manuel, e o senhor Joaquim também, com o boné, e o senhor António que tinha uma vaca e tudo ali, mesmo ali, tão diferentes eram os caminhos, quem os viu e quem os vê e isso assim (aborreço-me). Normalmente um destes senhores do antigamente também cantava fado, é perfeitamente normal isso. Admiro muito as pessoas que cantam, principalmente as que cantam ópera. Mas eu prefiro falar de assuntos do tipo livros ou então ciência (aborrecem-se). De política nem pensar, é uma asneira, que eles estão todos do mesmo lado e eu de outro lado e desconfio que gostam de estar contra mim porque puxam muito o assunto, enquanto o governo vai e não vai está-se mesmo a ver como são aqueles almoços. Mas eu sou pacífica e pacífica morrerei daqui a imenso tempo, portanto não há problema.  

Mas noto que se desenvolve em mim um lado rural, isso noto. Comecei há atrasado a sonhar em ter uma vaca (como o senhor António), que eu gosto muito de vacas, uma vaca para dar leite até ser velhinha e neste ponto falta-me saber com que idade fica uma vaca velhinha. Vou afeiçoar-me a ela como sei lá o quê (uma vez, há muito tempo, numa ação de estímulo de equipas, coisa intensiva e esgotante, eu era jovem, já não se faz disso, perguntaram-me qual é o meu animal preferido e eu ouvi a minha própria voz soltar-se no ar entoando vaca, portanto já se vê que não é de hoje) ou seja, claro que não a vou comer. Retiro-lhe o leite e apreciarei a casta que dali vier. Se ela morrer antes de mim, tratarei de fazer um buraco gigante na terra para a enterrar. Depois, junto da campa, plantarei um pé de magnólia que vai florir em abril e em branco. Como o leite. Como? Bebo, o leite bebo. Normalmente com café.

Bom dia.

19 comentários:

  1. Resposta(nada poética)

    Susana, uma vaca é velhinha a partir dos quinze anos; o primeiro parto é normalmente aos três (após 9 meses de gestação), e vai amamentando o bezerro até aos 6 meses. Nessa altura já voltou a ter cio, e já pode estar de novo cheia, para voltar a parir e a dar leite. Se não for uma vaca leiteira todo o leite que produz é normalmente para alimentar o bezerro; se for uma raça leiteira pode dar 40 e 60 litros de leite por dia, sendo que o pico da lactação ocorre aproximadamente aos três meses pós-parto. Mesmo que o bezerro beba 5 litros de leite por dia ainda sobra muito leite...
    Desgraçadamente não produzem café com leite, nem cupcakes, senão podíamos fazer um franchising, género Leitaria Portuguesa (ilimitada)

    Boa noite, e bons sonhos com vaquinhas(ainda podes ter mais do que uma :))

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    1. Minha querida Teresa, esta era a resposta que eu precisava (nada poética?!) e que me dá o curso de iniciação, acho que estou pronta para começar a negociar a compra do bicho... deixa ver, começo por uma vaca já nos quatro anos, para estar bem madura, que te parece?
      E sim, claro que o franchising está nos meus planos, o café arranja-se à parte, não tem problema nenhum. Até os cupcakes podem vir desde que não me obriguem a comer um.
      (adorei, obrigada pela boa disposição logo de manhã)

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  2. Bom dia Susana
    Agora fiquei com vontade do meu café com leite dos fins de semana (que durante a semana é um iogurte e a correr).
    Beijinhos e um dia bom :)

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    1. O que vale é que o fim de semana está quase aí. :-)

      Beijinhos de volta, Mafy.

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  3. Bom, Susana, para já não sei muito bem onde instalarias a vaca... Não é fácil reunir condições.
    Olha, não poderei negociar contigo, pois, não bebo leite.
    Desejo-te sorte para a empreitada.
    Beijo.

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    1. Ah, Isabel, onde instalaria a vaca...ora... eu tenho uma varanda... grande.... de onde ela pode contemplar o rio enquanto rumina o almoço... :-)

      Outro beijo.

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  4. Um dia pensei que era interessante ter uma vaca.
    Punha-a no quintal e tínhamos leite fresco ali à mão.

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    1. E o melhor de tudo, caro Observador, é que o leite para além de vir fresco fresquíssimo, havia de vir quentinho, qual micro-ondas qual quê (poupança portanto na conta da eletricidade).

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  5. Susana, já eu é mais cabras. Deixo-lhe, já agora, o modelo de árvore de natal (alternativa, claro) que escolhi para 2015:

    https://www.youtube.com/watch?v=tpkTkJXiZ8A

    :-)))

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    1. Também quero uma árvore de natal dessas! Haverá com vacas? :-))

      (cabras olímpicas, é o que é! caramba...)

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  6. Quando era miúda, correndo pelos campos em bandos de crianças, bebiamos leite a esgueirar do úbere da vaca. Não era preciso termos uma, portanto!

    Beijos, Susana. :)

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    1. E era leite a "esguichar " não a "esgueirar "!
      Raio de corrector! :)

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    2. "úbere"? que é lá isso? a maminha da vaca?

      Bem, tenho a declarar que aprendi mais com os meus queridos comentadores deste post do que em dois meses de curso... de um curso qualquer, pronto.

      Que sorte, Maria... beber vacas aí pelos campos não é para qualquer um, não... fogo...

      Beijos de volta :-)

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  7. Susana, li os teus últimos posts e fiquei em modo de, sem comentários. Acontece que também senti vontade de te cumprimentar, coisa que por aqui se faz através de um comentário, e agora? Olha, digo-te que esta vontade de te cumprimentar, é pelo que já sabes, sabes que também acho que "tu és mais linda que as bruxas", seja lá qual for o teu animal preferido, os teus temas de conversa preferidos, o teu partido político, ou bolos preferidos, aliás, se não gostasse de diversidade ficava-me pelo conforto do que já conheço e nem sequer lia blogs, onde corro o risco de encontrar gente que pensa de maneira diferente da minha, ou que sabe muitas coisas que eu não sei, o que muitas vezes me faz sair daqui mais rica do que quando entrei. Por exemplo, saio daqui hoje a saber coisas sobre vacas (sem poesia), e de uma árvore de natal alternativa.
    Bem, se este foi o pior comentário de todos, não te esqueças de que foi só um pretexto para te cumprimentar. :-)

    Beijinhos Susana, e a esta hora já é sexta, então desejo-te também um excelente fim de semana.

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  8. E eu gosto muito que me cumprimentes, Cláudia. Mas para quem não tinha comentários, fizeste um em modo resumo da semana, muito bem feitinho (como sempre).
    Eu também tenho aprendido muito com os blogs que leio, alguns acho que deviam receber prémios de tão bons que são. E aprendo com os comentários que recebo. Por exemplo, aprendo que há pessoas por aí que podiam perfeitamente ser meus(minhas) amigos(as) na vida real. Tu és uma delas.
    Um excelente fim de semana para ti também, Cláudia.

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  9. O que eu gosto da expressão "há atrasado". Em Trás-os-Montes, onde me criei gente, ouvia "aqui há atrasado".
    Teresa

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    1. Olá Teresa, bem-vinda! :-)
      Eu também acho muita graça a essa expressão, mas só conheço uma pessoa que a usa, é da Guarda mas vive em Lisboa há muito tempo.

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    2. Sou uma leitora silenciosa. É um prazer ler os textos da Susana.
      Teresa

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    3. E para mim é um prazer tê-la como leitora, Teresa, silenciosa ou não. :-)
      Boa semana.

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