Entre ir ao sofá estabelecer-me por duas horas a ver um
filme com a minha filha caçula ou escrever um postezinho en el blogue, decido-me pela primeira. Todavia, carece registar sobre
o cheiro a coisas guardadas que paira aqui em redor de cada vez que a minha
outra filha, a primogénita, vem à sala desfilar os costumes de carnaval que enverga,
um após outro, para aprovação caseira antes de sair para a noite (ai que bom
ficar em casa). Já se viu passar uma chinesa de quimono vermelho que
recentemente tipo há quinze minutos se converteu em diversas versões modificadas de palhaços encimados por cabeleiras que fazem estágios prolongados demais na
arrecadação e óculos que davam para fazer ula-upe
ou lá o que é com os aros. Entre coisas estranhas e quase mortas, à exceção dos
bichos vagamente castanhos que sobrevivem a tudo estabelecidos ali em casulos
agarrados às paredes, da árvore de natal e da panela das couves que tinha desaparecido e entretanto apareceu, o cheiro destes objetos habitantes da tal arrecadação é um
composto químico com partículas em suspensão de certeza... mau. Por exemplo ácaros
crescidos à sua vontade em cultura de escuridão (oh coitadinhos, diria
a minha caçula que acha tudo o que se assemelha a célula fofinho).
(Se com este post não perder nenhum leitor, então tenho
leitores mesmo mesmo queridos.)
Mas está na hora de ir espirrar para o sofá que o filme vai
começar.
«en el blogue»; andas a ver filmes espanhóis-sul-americanos, hum?
ResponderEliminarNão. Mas gosto muito de espanhol. :-)
EliminarOh! Eu acho demais da conta uma filha que passeia os ácaros pela casa e ainda por cima ciranda de personagem em personagem. Mesmo que fique a mãe aos espirros durante meia hora:)
ResponderEliminarE somos, sim senhora, uns leitores à maneira.
Também achei. A situação valeu os espirros e os ácaros sempre mudaram de ares. :-)
EliminarÀ maneira, pois são, querida bea.
como dizia Luís Represas no meu tempo de juventude: " há sempre alguém..." e eu acrescento, neste caso, a senhora escriba deste espaço, que tem o condão até, de nos fazer espirrar, só pelo simples facto de mencionar a palavra ácaro. "óbrigadinho", minha querida senhora, "óbrigadinho..." :)
ResponderEliminarbom dia, Susana.
um beijinho,
Mia
Não tem de quê, querida leitora. Um espirrinho ou dois, afinal, não faz mal a ninguém, não é? :-)
EliminarO Luís Represas... que será feito dele?
Bom dia, Mia. :-)
Vamos ao que interessa: que filme visionaram vocês? :)
ResponderEliminarO "Sully". Adorei, claro. :-)
EliminarViste, Homónima?
Susana, vê o filme de que postei o trailer último no meu blogue. Aquilo é que é um filme, 'miga. :) Andas sempre a ver mainstream. Come to alternative side, please. :) O Eastwood votou Trump... O tipo já está ga-ga. :) E sobre esse filme, o Tom Hanks fez comentários pouco abonatórios para a personalidade do Eastwood.
EliminarOlá Diogo, obrigada pela sugestão. Vou ver o filme assim que puder, depois te direi. Eu não vejo nada só mainstream, até pelo contrário, mas aqui no blogue também não conto tudo :-)
EliminarOs aviões fascinam-me, Diogo.
E apesar de não haver nada em Trump que me agrade, separo o Eastwood-ator/realizador do Eastwood-homem-que-votou-Trump. :-)
E acho o Tom Hanks maravilhoso, o filme vale só por ele.
Leitora (nada) querida, botões, casacos, poesia, Carnaval e comentário daqueles que nunca mais acabam e até se põe a fugir aos temas e tudo...
ResponderEliminarEsta leitora (nada) querida, convenceu-se de que era um botão que podia cair quando bem entendesse e deixar as casas dos seus casacos (blogs) vazias de si sem sequer despedir-se, esqueceu-se, esta leitora (nada) querida, que existiam linhas que, todas práticas, cumpriam a função de ligação botões/casacos (ainda não é agora a parte da poesia, claro), mas depois lá vão andando e o tempo vai passando (é agora, Susana, é agora, está a chegar a parte da poesia) e quando dão por si, botões e casacos já estão ligados não apenas por linhas todas práticas, mas também por linhas todas metafóricas que os prendem numa vontade de continuar voluntariamente presos (viste? Isto é poesia, não é?).
Agora espera a leitora (nada) querida que, por ser Carnaval, ninguém lhe leve a mal o devaneio de ter-se armado em botão que é só botão em casacos que são só casacos apenas ligados por linhas todas práticas sem poesia nenhuma.
Olá, Susana! ;-)
Minha querida leitora Cláudia, primeiro, os teus comentários acabam normalmente cedo demais; lanço-me a lê-los, sabes, e são tão recheados que me embalo na musicalidade das suas palavras, saindo a derrapar porque os consumo num instantinho de bons que são, segundo, estou muito contente de te ver de novo, por isso abraço-te com força para que sintas que há botões que não caem, terceiro, a poesia que há em ti é bela, generosa e grande e com ela também estará – pressinto – uma boa capacidade de extração do néctar dos frutos em detrimento de algum caroço que tenha sido mais duro de trincar e que no fim não será capaz de minimizar a doçura do seu fruto. Fugi dos botões para os frutos por falta de jeito, mas queria dizer-te que fazes aqui falta. Neste blogue e noutros (mesmo não sendo os outros meus, afirmo-o).
EliminarE no fim, fiquei a sorrir. Obrigada, minha querida leitora. :-)
(a sorrir e a fazer fé nesse verso poético, lindo, final de "que os prendem numa vontade de continuar voluntariamente presos" - são ensinamentos que podemos extrair de ti, vês?)
Epa, com esta postagem não se perde ninguém
ResponderEliminarObrigada, Evandro. Isso foi querido, viu?
Eliminar(eu leio os seus posts, ou postagens, com um sotaque brasileiro na minha cabeça e por isso tenho curiosidade em saber se o Evandro lê as minhas postagens com sotaque de Portugal ou do Brasil) :-)