No final das obras, quando ele chegar, e completamente atrasado
chegará, o difícil vai ser escolher o lugar de cada quadro a pendurar nas
paredes. Continuam, quase todos, encostados uns aos outros, pousados no chão,
por aí. Limpinhos de pó, é certo, cobertos com placas moles de esponja para não
se magoarem nos encostanços mútuos. Nem nos encostanços mútuos nem fazerem a
tinta nova da parede que tem nome e tudo de linda que é (ver título) onde
eles se encostam há meses e meses lascar. Ou coisa terrível idêntica. Não sei se os ouço, aos quadros, suspirar de impaciência, se sou eu que estou aqui estou
a explodir dela.
Mas, como em tanto na vida que nos calha, de repente,
digerir, aguento-me. Luto, pois é evidente que luto. Faço telefonemas, escrevo
na agenda, depois espero, a seguir risco da agenda, faço mais telefonemas. Mas
a minha luta surte poucochinho. Surtiria, começo a crer, pusera-me eu aos
gritos a lançar palavrões e a espumar da boca que nem uma louca. Com outros
surtiu largo, que eu vi com estes olhos que não sei quê como diz o povo acompanhando
de um gesto ilustrativo (o povo). Quanto a mim, um dia destes sou capaz de
experimentar.
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