26/08/2024

Férias

Tudo está a conjugar-se. Não deixei pontas de trabalho para os meus colegas, daquelas que me impedem de descansar a cabeça toda. O tempo tem oferecido um leque razoável entre o vento e a calmaria, o sol e a chuva forte, a água agitada e o espelho onde deslizam patos, gansos, galeirões. Visitei um pequeno museu numa pequena cidade, como se visse à lupa o olho de um malmequer cravejado de minúsculos seres vivos. No supermercado, deram-me o troco em moedas para pagarmos as pontes levadiças se não for grátis fazer subir alguma. As minhas avaliações quanto à altura do barco e das pontes fixas em aproximação não falham: o primeiro passa sob as segundas, ainda que sobrem apenas dois ou três centímetros em alguns casos. Afrouxei a dieta no sentido de gelados, sobremesas e o bolo com morangos em excelente forma, sem no entanto ter engordado. Em Portugal todos estão bem, incluindo os gatos, e não há incêndios (o tremor de terra não foi nada). Finalmente, para cúmulo da perfeição, trouxe um livro comprado na Feira de Lisboa, fruto de um impulso um bocado arriscado e doido, um livro que não consigo largar. Quer dizer, conseguir consigo, mas por pouco.
Por outra palavra, fui. 

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