18/11/2014

Charco do bem comum

Ligo então o rádio e oiço-a pela segunda vez hoje. Mona Lisa entoada por Nat King Cole.

Não gosto desta música. Enjoa-me. É repetitiva. E lembra a Mona Lisa, deve ser essa a ideia, portanto há uma coisa que agora vou dizer.

Ou antes, declarar, pela primeira vez na minha já longa vida, que não acho graça, nem muita nem pouca, ao quadro mais conhecido do mundo. Por mais que eu pestaneje, leia até tarde, fuja da televisão, pague impostos, durma e acorde, ou os esfregue, os meus olhos gostam é de se fixar em coisas mais, digamos, evidentes. Um sorriso meio sorriso ou um quarto de sorriso ou um ensaio de sorriso ou um sorriso tão levemente sorrido ou um sorriso que vem a cair das nuvens torna-se cansativo e a gente não consegue arrumar o assunto de uma vez por todas.

Eu cá achava mais interessante se o Leonardo tivesse posto a moça a sorrir como deve ser ou séria e acabou-se. Facilitava a vida às pessoas. Está bem, eu sei que a arte reside nestas dificuldades, nestes vai não vai, nestes encanares de pernas às rãs, mas a verdade é que andamos nisto, nesta discussão, há quantos? cinco séculos? As pontes que não se podiam ter já construído, pontes a ligar terras, a promover o trânsito de produtos, a elevar a economia dos países, coisas realmente úteis, é que vendo bem cinco séculos são cinco séculos, não é?

E agora não saia do seu lugar que, mesmo correndo o risco de este blogue se tornar mal-amado como tudo, isso me ferir deveras e ter de fechar as portas por falta de visitantes, sai ainda mais esta verdade: a Mona Lisa nem sequer é bonita.

Tampouco o vestido a favorece.

Se liga com as sandálias o Leonardo não quis mostrar, mas isso já vai dos gostos de cada um e mais não me vou pôr a dizer.

Não vou porque de qualquer forma, outra verdade, o problema é meu.

Tomemos o George Clooney. Esse deus da beleza, não é?

Não é. O sorriso - aí sim vê-se que é sorriso, essa parte está boa - mas o sorriso costuma abrir-se mais de um lado que do outro, não sai direito, até talvez fosse uma questão de ele treinar mais vezes, não sei, costuma funcionar.

E depois destas duas pedradas no charco do bem comum estabelecido num caso há cinco séculos no outro há menos de um, não fico nada contente quando faço rimas, as rimas são feias, mas eu tenho pouca arte e nem sei se fiz uma, dizia, não me vou perder, hoje não, que depois destes dois pedregulhos que acabo de lançar, me resta agradecer a todos a paciência, de caminho manifestar a minha alegria porque o TEMPO CONTADO acordou, embora... será que vai voltar?, e deixar mais esta informação, não vá alguém achar coisas:

O Johnny Depp vestido de pirata sim, há ali sainete, ou então o Javier Bardem de toda a maneira, lembro-me agora, desde que se exclua o filme em que limpou o país que não era para velhos e ainda o do zero zero sete, nesses nem quero pensar. 

E pronto, ficávamos aqui.

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