a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

15/12/2017

Mas há orquídeas

Continua em força o papagaio, vigoroso, não morreu (ainda é novo). Hoje conversou toda a manhã sobre aquela situação lá dele que incide invariavelmente no mesmo, tchalp tchalp teren tchalp, como eu já tinha dito. Não sei ao certo quanto tempo dura um papagaio normal, do tipo muito falador e todo ele no espetro do verde (Teresa?), e admiro-me completamente de ter criado este sentimento tolinho por aquele que me azucrina tanto o juízo, como dizia alguém na minha infância. Apesar de já me ter apetecido, evidentemente (muitas vezes), lá ir arrancar-lhe uma pena a ver se ele se calava um pedaço ou mudava de assunto. Mas não fui, acobardo-me em casa a ouvi-lo. Na verdade, fosse eu mais de ficar vivendo no mesmo sítio em vez de andar a saltar de lado em lado, seria pessoa para fazer um papagaio feliz qualquer que fosse a sua cor, e tomava um todinho para mim. Além disso, custam uns mil euros os papagaios, e essa parte é que sinceramente, mil euros. De modo que é o seguinte: contento-me com duas belas orquídeas, uma toda em branco, única sobrevivente do pulgão da mesma cor, um pulgão com pelos bastante esquisito (e gordo, e gordo), outra em bordeaux com pintas, muito linda, ofertada o mês passado pelos meus ex-colegas e as orquídeas não se compara, quer dizer, são muito mais caladinhas.

(para não escrever sobre as saudades, muitas muitas, muitas e muitas da minha filha que está lá a fazer o Erasmus, saiu isto) 

6 comentários:

  1. Pergunta difícil... mas li que podem chegar aos oitenta. Não sei se é uma boa notícia para ti, dadas as características do "azucrina". Sorte é mesmo não teres de o ouvir todos os dias.

    (Sobre saudades, como te entendo. Que o Erasmus ultrapasse muito a tua pena, querida Susana.)

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    1. Bem me parecia que eles vivem muito. Daí a alegria evidente, claro. :-)
      Eu gosto do estúpido do papagaio, azucrina-me, é verdade, mas de facto nem sempre estou cá.
      (É que fica um buraco cá dentro e nem sequer é por muito tempo que ela está longe...)
      Querida Teresa, obrigada :-)

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  2. Mas...e a filha não vem pelo Natal, estilo prenda no sapatinho?! Vá lá mamã, está quase, quase. O Erasmus faz bem a muita coisa. Até ao sentimento maternal. Cujo fala de papagaios a pensar sabe Deus o quê que mete a menina dos seus olhos. Ó mulheres, quem vos entenda que nem vós vos entendeis por vezes. E assim.
    Pois eu amei a história do papagaio verde. Não queria um nem que me pagassem, tenho certeza que o faria infeliz caso mo dessem. Que mil euros por uma ave, qualquer que ela seja, não pode ser. A falar verdade tenho demasiadas no quintal que inda hoje para estender a roupa tive primeiro de recrutar o esfregão.

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    1. Mesmo ela vindo pelo Natal, fica o buraco quando se vai de novo.
      Mas é isso mesmo, bea, mulheres quem nos entenda, etc. Especialmente no que aos filhos diz respeito. :-)

      Estender a roupa ao ar livre é das melhores tarefas caseiras que se pode fazer - de vez em quando também me calha.

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  3. Ah Susana, eu ficaria pelas orquídeas. Quanto às saudades, já sabe, é só apanhar um voo low cost, vai abraçá-la e ainda trazer histórias para nos contar. Eu e a minha filha negociamos onde irá fazer Erasmus para que seja num sítio em que possa visitar, infelizmente parece inclinar-se para Praga que já conheço, mas sempre poderemos marcar encontro em Budapeste.
    ~CC~

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    1. Praga não conheço eu, mas parece que é cidade a não perder.
      Desejo boa sorte no "seu" Erasmus aí desse lado, CC.
      E pois, os low cost... mas nem para todo o lado voam e eu não voo em qualquer low cost :-)

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