a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

26/03/2024

O fígado ainda melhor e a idade metabólica ninguém me dá

O livro coreano que estou a ler por interesse tem um erro de revisão de texto na página 10 e outro de contas 59 páginas depois. Estou a decorar isto, porque quando escrever à editora a mencionar os erros para o caso de pretenderem corrigi-los numa próxima edição, não preciso de ir à procura deles.

Porém, continuarei a leitura. Não podendo levar o grande monte de moléculas de que sou feita à Coreia, nem do Sul e muito menos do Norte, viajo assim, no sofázinho, no comboio ou enquanto espero pela consulta da nutricionista, que achou excelentes os meus resultados e deu-me até os parabéns e um abraço. Ah, sim, sim.

20/03/2024

O melhor são as séries da televisão

A Adília Lopes escreveu, em agosto de 2014, que detesta o paradoxo do gato de Schrodinger. Exatamente ao contrário de mim. O que eu não gosto é da interpretação errada que se faz do paradoxo do gato de Schrodinger. Diz-se que a curiosidade matou o gato, mas sem se saber o que é o paradoxo. 
E também escrevo que, se dezoito por cento de pessoas se inteirasse muito mais da ciência e das questões fundamentais da vida e menos dos respetivos umbigos, não apostava no ódio e na destruição. Valores que eu, pessoalmente, desprezo.
Espero que isto esteja a milhas da Adília Lopes.
É bastante bom ter um blogue e escrever o que quiser. Mesmo temas assim todos confusos, que parecem desprovidos de nexo e tipo isso. 

08/03/2024

Coisinha

Não sei mas 
Se eu disser
Ao meu lado vai um preto lindo
Estou a ser racista
Se eu disser
Ao meu lado vai um homem lindo
Estou a ser sexista
Se eu disser 
Ao meu lado vai uma pessoa linda 
Estou a ser pessoista
Se eu disser
Ao meu lado vai algo lindo 
Estou finalmente a ser (quase) inclusiva
Só fica de fora o nada e eu
Estou a ser 
nada.
Quer dizer, 
que linda estou a ser.

E está calorzinho com o aquecimento ligado

Tenho um gato quase todo preto e enrolado no colo, tenho um livro novinho a ler com a lombada pintada em azul, tenho o cabelo pintado mas não de azul (como devia), e sim castanhinho.
Tenho o estômago a guinchar de fome, tenho oito quilos a mais, tenho um trabalho do espaço dois mil e vinte e quatro para entregar às onze horas, toma lá onze horas. 
Tenho medo do vizinho novo que põe ameaças nas caixas do correio, tenho duas filhas com olhos grandes e todas grandes, são duas ou muitas, também tenho amor pelas flores e pelo veado que na segunda-feira pela manhã comia erva do chão que eu quase pisava e tenho
o livro de coutos do mia conto para entregar na Biblioteca. 
(penso que ele não se importa)