Fui, na bicicleta, à cidade comprar um par de chinelos. Do
tipo havaianas mas sem ser. Os chinelos que eu tinha cederam sob o meu peso, por um lado,
integrado em ordem ao tempo em que muito os usei, claro está e, por outro, sob o
calor e as voltas a que as tarefas em que tenho andado metida nestas férias obrigam. Rompeu-se a borracha em sítios críticos tendo-se soltado a
hastezinha de-enfiar-o-dedo, e tipo assim não dá. Então lá fui. A loja tinha a
porta fechadíssima com um recado aos estimados clientes para a manterem assim, se
faz favor, sendo muito bem-vindos, entrem, entrem, podem entrar, mas mantenham
a portinha fechada devido ao calor fora e ar condicionado dentro, que isto está
de ananases (a expressão era do meu avô e agora vem aqui refrescar-se na loja); e a gente assim procede. Digo a gente porque vinha a sair uma mulher com
uma menininha de cabelo quase branco de tão loiro, e que segurou a porta para
eu entrar com facilidade, dizendo algo simpático, o quê já não sei (ou então
não percebi, que é o mais certo) e eu depois a fechei logo bem. Fui direita ao cantinho onde vendem uns
poucos fatos de banho e toalhas de praia e lá vi os chinelos. Só há de duas
cores e para o meu tamanho só há de uma que é todos pretos. Pode ser, não tem
problema (eu preferia um bege nacarado com brilhos espantosos e giros, mas ok).
Aumentaram estrondosamente de preço estes chinelos, estou agora a ver. Em vez dos
dois euros que paguei pelos outros há uns quatro ou cinco anos nesta mesma
cadeia de lojas (destas coisas lembro-me eu completamente, doutras não)
passou o preço dos chinelos a quatro euros inteirinhos, ou seja, sofreram um
senhor aumento de cem por cento, ah pois é. E agora aproveito que já aqui
estamos para introduzir, é tomar nota, que o salário mínimo na Holanda é de mil
e seiscentos euros, mil-e-seiscentos-euros, o iogurte e o pão são mais baratos
que em Portugal, quanto aos chinelos já estamos a ver o filme e vamos lá
continuar como segue. Dirijo-me à caixa para os pagar enquanto os miro de um
lado e do outro, todinhos mesmo pretos, e noto de repente a mensagem na etiqueta abonatória
quanto à borracha, que foi, sim senhor!, toda reforçada e agora está bem
melhorzinha, promete não rebentar tão cedo (?!). Com certeza é mesmo isso.
(Justificado que está o estrondoso aumento de cem por cento
no preço, justificação a confirmar a seu tempo, evidentemente, estou por ora bem servida.)
Por quatro euros,inteirinhos, têm a obrigação de te levar só a sítios bonitos.
ResponderEliminarEspecialmente com esta borracha toda reforçada!
EliminarOlá Tétisq :-)
Ah, mas estão passaram de um estado baratíssimo para um estado baratíssimo reforçado!
ResponderEliminarOlá Susana! :-)
Foi mesmo. E não só um estado baratíssimo reforçado, como ainda explicado quanto ao tremendo aumento de preço!
EliminarBom dia, Cláudia :-)