a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

10/10/2018

A bola

Ainda usufruindo da boa-disposição proveniente da boa disposição da corvina com batatas no forno do post anterior, é desculpar a insistência, fui hoje ao ginásio sofrer. Toma. É que devido à minha escassa comparência do tipo quê, do tipo uma ida por mês (o que é isso), quando vou, vou sofrer. Ora hoje a professora mandou-nos ir buscar as bolas. As bolas são uma para cada pessoa e grandes, de borracha. A gente deita-se, senta-se e rebola nas bolas. Não tem graça nenhuma. Também temos de nos equilibrar em cima delas. Devo acrescentar que uma pessoa não fica nada sexy em cima da bola. Pelo menos eu não fico, recuso-me. Ora uma bola tem forma de bola, daí o nome, tornando-se difícil equilibrar um corpo ainda para mais dorido e cada vez menos novo em cima dela. Nunca gosto das aulas com as bolas. Normalmente ou estou em posição errada ou doem-me os músculos praticamente todos ou, ainda, caio da bola abaixo e ela aproveita para fugir, rebolando. Porém hoje, a determinada altura dos exercícios, não senti dor nenhuma e primeiro ia ficando contente, mas depois caí na real e pensei que devia estar numa posição toda mal feita, porque as posições bem feitas doem realmente. Se bem pensei, melhor ouvi a professora dizer, Susana é mais para trás! Logo vi. Ajeitei-me mais para trás em cima da bola até a professora ficar satisfeita com a minha prestação e eu com as dores musculares que me eram devidas todas no sítio, evidentemente. Não caí logo, pelo menos foi isso uma evolução e até fiz os levantamentos à medida do solicitado. Pernas, braços, cabeça. Correu bem se descontarmos as dores até à parte em que era preciso descontrair as cervicais e eu descobri nesse momento que não me lembro onde estão as minhas cervicais. Nem as minhas nem as de ninguém. Então resolvi descontrair praticamente tudo o que encontrei, de modo a englobar as cervicais. Mas claro que uma decisão destas tem o seu preço e eu comecei a cair da bola porque ao descontrair-me assim toda fui-me esquecendo dela. Levantei-me num instante e tornei a postar-me em cima da bola antes que fugisse a rebolar como é costume das bolas em geral. Ganhei. Mas continuo sem me lembrar onde estão exatamente as cervicais.

8 comentários:


  1. Como a "melhor amiga" das minhas cervicais ainda é a minha almofada (a velhinha... porque a nova pouco tempo a utilizei), só com ela me esqueço onde ficam em concreto. Também... não admira que me esqueça já que a maior parte do tempo que passo com ela estou a dormir! :D

    Nunca fiz desses exercícios com bolas, mas também verdade seja dita que o meu historial de frequência de aulas no "ginásio" se reduz a aulas de hidroginástica ! Na água é sempre um bocadinho mais fácil :D

    Beijinhos com relaxante muscular
    (^^)

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  2. Obrigada, Afrodite :-)
    A situação das bolas é maçadora, não te importes de não teres nunca experimentado.
    A minha almofada também é minha amiga, mas de tudo, não só das cervicais. :-)
    Beijinhos também, e que seja um dia feliz e relaxante.

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  3. Ter andado aqui a rir ao longo deste post, mas mesmo assim a rir (desculpa-me esta insensibilidade com essas tuas dores, Susana), foi saboroso e não deu trabalho nenhum, já o peixe no forno que ficou a apetecer-me, irá dar mais trabalho, mas vai acontecer, ai vai, vai... :-)

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    1. Que as minhas dores sirvam, ao menos, para alguma coisa!

      E bom peixinho, Cláudia. Para além de bom fim-de-semana, claro. :-)

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  4. Uso a bola para me esticar, em Pilates. De resto, nem pensar, só se for para me sentar, muito quietinha!

    Beijocas, Susana :)

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    1. Ah, mas desse esticanço eu também gosto. Quer dizer, gosto quando não caio da bola.

      Beijinhos, Maria :-)

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  5. Susana, "descobri" hoje o seu blog, li o post mais recente e continuei por aí abaixo...quero só dizer-lhe que partilho da sua opinião: o livro mais lindo do José Saramago é a História do cerco de Lisboa! Esse livro, tem dentro a história de amor mais bonita que alguma vez li.

    Numa feira do livro em que o escritor estava a dar autógrafos, disse-lhe isso mesmo e ele sorriu, satisfeito e concordou que era uma história singela mas lindíssima.

    Li algures, não sei precisar onde nem quando, que a amizade começa quando alguém diz para outra pessoa tu também?

    E eu também não tenho facebook:)

    Cristina Cruz

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    1. Então, Cristina, quem sabe começou agora aqui neste seu comentário uma amizade. Muito obrigada!
      Vou dizer -lhe uma coisa que não se deve dizer nestes sítios assim expostos, abertos, mas esta merece ser dita: fiquei com lágrimas nos olhos de saber que houve alguém - a Cristina - que disse a José Saramago o que eu gostaria tanto de ter dito e não pude porque quando li este livro maravilhoso já ele tinha morrido há muito. Por isso, agradeço-lhe também por este motivo, por ter falado por si e por mim, sem saber. E, acima de tudo, por ter agora aqui vindo contar!
      Bem-vinda, Cristina. :-)

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