a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

29/01/2020

Circular de segunda na segunda

Se não fosse capaz de adivinhar, por causa de serem muitos anos para lá e para cá, onde se estendiam antigamente os traços contínuos da segunda circular, eu ignorava aquilo. Muitos anos, embora repetir, a apurar a perícia no adivinhar dos referidos tracinhos, saudosos tracinhos. Eu sou do tempo deles (eram de um branco bonito!). Mas portanto, isto falo por mim, lá vou conseguindo navegar no piso (deixemos a ondulação natural e os buracos ornamentais para outro episódio) mais ou menos em conformidade. Só que, como toda a gente sabe, nem tudo são rosas e não é que hoje de manhã, quando tive oportunidade de circular pela segunda, eu e mais uma data de gente, não é que vou e me encontro ali mesmo a – vejo num relance um indício - passar um dos queridos tracinhos? Encontro. Pois fiquei a pensar nisto. E agora estou capaz - não vá um destes dias, enquanto empenhada ao volante à procura do tracinho maroto para não o pisar, não levantar a cabeça a tempo de evitar partilhar problemas com o carro da frente - estou capaz, dizia, de lançar um tipo crowdfunding para irmos, muitos, todos juntos, tão lindos, lá devolver os tracinhos à segunda circular, coitadinha. C'amor.

2 comentários:

  1. Olá Susana, já saí de Lisboa há tantos anos que quase não recordo a confusão que era conduzir aí em hora de ponta. Ainda assim consigo compreender a 'ternura' que sentiu ao ver esse tracinho branco que conseguiu resistir a milhões de pneus ;)
    E a Susana consegue compreender a ternura e as saudades que sinto do pequeno ser de quatro patinhas 🐾🐾 que a escolheu para dona?
    Ah pois é, e agora que já confessei, será que dá para pôr aqui uma fotografia dela?
    Vou ficar à espera...

    Resto de quinta feliz.
    🌹

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    1. Sabe, Maria, uma das coisas que me intriga neste nosso país é a falta de respeito pelas regras de trânsito. Isto tanto por parte de quem conduz, como por parte das autoridades que deixam as marcações das vias desaparecer, o piso ficar cheio de buracos e em mau estado, situação da qual a segunda circular de Lisboa é um bom exemplo. Acredito que, se as autoridades fizessem a sua parte, também talvez os condutores melhor cumprissem a deles. E, quem sabe, até se havia de poupar vidas com a consequente redução do número de acidentes.
      Quanto ao pequeno ser de quatro patas, a ver se a apanho sossegada a observar os pássaros pela janela, para fazer uma foto para a "tia" Maria ver :-)
      Um beijinho, Maria, e uma boa sexta feira.

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