a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

15/01/2022

Spray emergência

Logo após se ter partido a segunda roda do cesto da máquina da loiça e juntando um ou dois suspiros para ganhar ânimo, entrei no google com pouca fé. Escrevi as palavras melhores para a essência da minha precisão. Cestos, máquina, lavar, louça - e não loiça, louça soa mais sério, ó, louça. E a marca. Saiu logo a resposta a valer mais do que a fé propunha. O cesto, na cor, na forma, nas rodas intactas, ali todo na imagem, ao contrário do que tenho em casa, rodas estafadas, duas partidas, como já sabemos, as restantes ameaçando. Isto num eletrodoméstico ainda com futuro brilhante, especialmente por dentro. E com sal comprado também especialmente. Considerando que o meu primeiro pensamento, ainda antes do natal, havia sido “ai que vou ter de comprar uma nova máquina”, estava aqui já a sentir-me com sorte, ganhando pontos, perante a possibilidade de um cesto novo, apenas isso e não toda a máquina, quando, senhores!, outros frutos ainda mais doces se me atravessam ao olhar: no ecrã a imagem de um conjunto de rodas, só elas, todas oito, para substituir no meu próprio cesto. Encomendei, claro. Depois guardei os suspiros no bolso com muito cuidado, pôxa, esta valeu.

Enquanto escrevo isto, dois gatos correm doidos por aqui, a bufar e a rosnar, o dia começou agreste. Ontem tinha sido lindamente, as feromonas do difusor mais as do spray emergência a fazer o bonito, a paz. Tão bom foi o dia que até escrevi ao Dr. dos Gatos, muito contente, a agradecer as dicas das hormonas. Por isso é que estou desanimada, poças, esta agora valeu não.

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