a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

24/12/2025

Um Natal muito contente e feliz, alegre e ternurento

Há imenso tempo que certos estares de alma parecem completamente obsoletos. O que tem cada vez mais ocupado os lugares cimeiros da admiração pública é a raiva, o desprezo, a invejazinha 'saudável' na melhor das hipóteses.
Ah! E o querido ódio, claro, esse eficaz desfeador de interiores. 
Acabo de chegar do artigo de opinião de Luís Pedro Nunes, publicado no Expresso. Diz que estamos viciados em raiva.
Eu digo que é coisa mesmo agradável ler a lucidez alheia. Dá-nos a impressão de a termos nós também. De sermos bons ou mesmo uns amores, de nos apetecer logo desejar um Santo Natal a torto e a direito do fundo do coração. De garantirmos ao espelho que nós coiso. Ao menos isso. 
Especialmente nesta quadra em que nos muito encontramos, em que é quase admissível tirar-se do fundo da gaveta uma dose de alegria, pá, de tolerância, de amabilidade e - ai como se chama a outra - ah, sim, de fraternidade! Sai uma de fraternidade para a mesa seis! Ó filhos, que possamos mas é navegar mais a fundo, que não nos dediquemos tanto à desarte de chapinhar à superfície. 
Pensemos, pois. Com a cabeça. Com a própria cabeça. 

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