"...então me disse uma coisa que jamais esquecerei, feliz me senti na hora: disse que me lia, «não para a literatura, mas para a vida». Citou de cor frases e frases minhas e eu não reconheci nenhuma."
Feliz me sinto eu também na hora de saber que há quem me leia aqui. Talvez esse alguém me salve um pouco. Sem saber, claro, mas me salva um pouco. Estou a ser puxada para escrever em jeito brasileiro, não esquento a cabeça com isso - aliás até me encanta por demais - porém me vou concentrar de novo no fulcro.
Há, desde há um tempo que deve ser superior a um ano, uma pessoa - creio que é apenas uma - que me lê na Finlândia. É uma pessoa que aqui vem todos os dias. Baseada na estatística, penso tratar-se de uma mulher, que este blogue é muito mais lido por mulheres do que por homens. Mas se for um homem, ele perdoar-me-á o engano. Por vezes, quando penso em fechar o blogue porque o blogue me parece parvo e inútil, me parece a ameaça de uma vaidade qualquer que não quero minha, lembro-me da pessoa da Finlândia. Lembro-me também de outros leitores, todos me são queridos e isto não é conversa é verdade, mas esta pessoa vive num país frio, que a chamou por algum motivo, e de lá me acompanha há - aquilo que me parece ser - muito tempo.
Bem, este post é dedicado a essa leitora. E vou enriquecê-lo com um filme de dez minutos sobre a educação na Finlândia (o filme é feito por um americano). Quem sabe o tema do filme é o motivo que chamou esta leitora para a Finlândia.
O filme foi-me apresentado há dias pela minha filha mais velha: mãe, quem me dera conseguir implementar um sistema assim em Portugal!
:)
ResponderEliminarAté corei, Susana.
A menos que haja mais gente a segui-la a partir da Finlândia, penso tratar-se de mim.
Leio o seu blogue com muito gosto, razão pela qual aqui passso diariamente. Obrigada e um beijinho.
(O sistema de ensino finlandês é muito bom e dá frutos.)
Querida Marta, que bom conhecê-la! Muito obrigada por ter comentado. Penso que é a única pessoa que aqui vem da Finlândia, sim. :-)
EliminarUm beijinho e um abraço apertado aí para o alto da Europa.
estás proibida, ouviste?, proibida de voltar a fazer textos sobre a utopia. toda a gente sabe que a Finlândia não existe!
ResponderEliminareu, rosa sem Guimarães, leio-te para a vida também. precisamente para a vida, linda Susana. e como e quanto gosto de te ler.
(escrevi antes de ler a Marta, mas só pode ser um engano, se afinal a Finlândia não existe :)
EliminarMinha linda flor, tu é que não existes!!! Como é que conseguiste apanhar a passagem que eu pus aqui da Clarice, proveniente de um livro de 700 páginas que eu nem mencionei qual é, e tu pimba, viste logo que li onde estão os 3 pontinhos no início da passagem, está o nome "Guimarães Rosa" no livro???
EliminarOlha, ou tu não existes, ou então a Finlândia existe e a Marta é real. :-)
minha querida Susana, mas que brilharete eu faria agora, exclamando com suavidade: memorizo tudo o que adoro, nada de mais...
Eliminarque mentira tão suja seria, se mais não foi o tio Google que me levou à citação. e eu existo, Susana, ainda que não tenha dado voz ao manifesto, existo e sou de verdade :) a Finlândia é que não!
tu?? tu basta-te deitares a escrever os teus textos que brilham por si... de um brilho que ilumina ou então que fere como uma lâmina fria, vivos os teus textos, brutais, lindos.
Eliminare se eu te pedisse para botares a tua voz suave dizendo um poema que gostasses de dizer? aceitavas? :-)
(bem, o meu avô dizia-me que a Finlândia existe, que era de lá que ele trazia uns salmões gigantes que ele pescava de botas altas e nos enchiam depois a barriga durante meses e eu quase quase enjoei o salmão)
ah! E há o Pai Natal, claro, flor... (tu não percebes nada disto, pois não?)
E tu Flor, estou aqui a pensar que se não arranjas uma caixa de comentários, começo a comentar os teus posts nas caixas dos outros bloggers.
EliminarPara a doce Susana (que a Cuca não me ouça): declamar poesia (que para mim é silenciosa) num local (blogo) onde todos ou quase todos pautamos por um desejado anonimato, parece-me... estranho, para não usar outra palavra. mais, confesso-te que nem sequer ouvi todas as vozes (não ouvi quase nenhuma - nem a tua), porque percebi que não queria saber da voz dos bloggers para nada. não queria perder a imagem que tenho construída de cada um.
Eliminar(o meu avô falava-me de africa :)
(pai natal foi personagem que nem cheguei a conhecer. a minha mãe pautou sempre por uma justiça absoluta: Flor, agradece as prendas a quem tas dá! Não existe Pai Natal nenhum!)
Para a intrépida Cuca: :b :b :b
As nossas diferentes formas de estar e de ser são tão enriquecedoras. Obrigada, flor, por teres contado as tuas razões. Na verdade, se pensar bem, não preciso de te ouvir para que me fales de perto. :-)
Eliminar(a tua mãe está certa; como queremos ensinar os nossos filhos a dizer a verdade, se somos nós a mostrar-lhes tão cedo como se mente?)
Este filme mostra o que a infância e a adolescência podem ser quando a escola ocupa o lugar que lhe é devido.
ResponderEliminarUm beijo para ti, deste norte de Portugal e, já agora, um para a Marta. :)
É um filme que faz sonhar, não é?
EliminarOutro beijo para ti, minha querida Maria aí do belo norte de Portugal. :-)
ai de ti, se quando pensares em fechar o blogue não te lembres de mim, só porque não vivo na finlândia...ai de ti...
ResponderEliminar(acho que estou com ciúmes)
pronto.
claro que me lembro de ti, querida ana, basta cheirar a mar em meu redor ou ver um pardal - coisa que me acontece amiúde (o pardal, o mar não).
Eliminar(e isso de confessar ciúmes é muito fofinho, sabias? :-))
Olá, Susana,
ResponderEliminarIncomodo? Eu tenho a particularidade de não dar esse carinho a quem merece, que é como quem diz, fazer visitas com frequência aos lugares que se distinguem sem ser "por dá cá aquela palha". E, entretanto, também eu me aparto lá do sítio onde me pranto a escrevinhar sem saber se haverá eco suficiente. Mas depois há aqueles que, como tu dizes, nos merecem. E, por causa disso, regresso de fininho. Escrevo a partir da sala, já agora, uma vez que referencias as tuas coordenadas geográficas logo no início - ia quase escrever"no começo" :) - do post, não fará mal que eu o faça, pois não? Pois dizia que escrevo a partir da sala e faço minhas as palavras da tua filha: esse sistema de ensino é só para gente crescida, para aqueles que sabem o que querem num segmento tão importante para um país, como é a Educação. Enfim, dizeres da minha alma, que anda assim pró engelhado.
Beijinhos e boa semana.
Ai dás carinho dás. A mim, que não tenho a certeza de to merecer, dás. E quanto à questão do apartar acho que é geral, de vez em quando precisamos ou somos forçados a recolher-nos para fora da vida virtual, que afinal também é exigente. :-) Não precisas de aqui vir de fininho, és sempre muito bem-vinda, Mia.
EliminarMas mesmo não precisando de tomar amigos em comprimidos, :-) espero que a tua bonita alma se desengelhe logo logo.
Um beijinho e um ótimo resto de semana para ti também.
Ora, ora quem vive na Fi... Fi..., ai espera, Figueira, não, é perto mas ainda não é desta..olha, deixa, bem perto de Aveiro, claro, mas é quase tudo a mesma coisa, afinal encontramo-nos aqui na mesma janela, agora com luz artificial porque o sol já se deitou. Sobre a educação na Finlândia, isso são outros 500!
ResponderEliminar:))
Beijinhos, Susana.
E isto de nos encontrarmos nas mesmas janelas é tão bonito, Ava, seja à luz do dia ou a esta da noite. Em Aveiro ou em Lisboa que é onde estou eu. :-)
EliminarBeijinhos para ti, Ava.
E uma pessoa vem aqui e a pessoa fica estupidamente feliz por tu teres encontrado a tua Marta e pensa que isso, sim, é a magia dos blogues. E depois apetece agradecer-se à tua Marta por te ler lá da Finlândia. E ainda por cima, sai-se daqui com a certeza que um dia qualquer a pessoa acabará por te roubar essa coisa do livro que se guarda na cozinha porque é um livro que gosta de luz, que é uma metáfora daquelas que só algumas pessoas conseguiriam pensar.
ResponderEliminarE se me roubares uma metáfora em plena luz do dia ou da noite, querida Cuca, vais fazer-me a mim feliz, vais vais.
Eliminar:-)
O nosso sistema de ensino não está para aí virado. A maioria dos sistemas de ensino talvez também não esteja. A escola, dizem os alunos e a filha do Lobo Antunes, é "aborrecente". Outros acham-na "secante". Não são termos simpáticos, mais parecem trastes. E a arte fica de fora, a poesia é só métricas e mais coisas que se descobrem nos poemas a castrar a curtição de lê-los. E outras coisas assim.
ResponderEliminarTemos de investigar quantos anos demoraram a fazer a revolução no ensino.
Intriga-me, de facto, este fenómeno de a escola ser "aborrecente" ou "secante" e o aproveitamento escolar tão baixo. Acredito que é necessária uma mudança fundamental, basilar, no sistema educativo mas não sei qual. Noto que há uma ausência generalizada de uma coisa chamada entusiasmo, a todos os níveis da sociedade. Talvez o exemplo da Finlândia possa iluminar as cabeças decisoras. Oxalá.
EliminarE eu - que nem sou dessas coisas - senti tantos ciúmes da leitora da Finlândia que tive de vir para aqui fazer uma birra. Pois que eu aqui tão tão longe também preciso muito que a Susana não tenha lá ideias peregrinas de deixar de escrever, porque também eu a leio todos os dias, e gosto tanto de encontrar coisas que me permitam ainda sorrir e sonhar em português!!
ResponderEliminarUm beijinho grande, Susana. E muito obrigada por existir, respirar e dar-se ao trabalho de nos incluir na sua vida.
:)
Querida Frederica, mas isso de vir aqui fazer uma birra foi uma excelente ideia! :-) Eu, para além de gostar de pessoas que fazem birras, gosto ainda mais de saber que tenho mais uma leitora que me lê assim e me escreve diretamente do seu coração para o meu. Muito obrigada por ter comentado.
EliminarEu não tenho vontade de fechar o blogue, o que acontece é por vezes ele me parecer inútil. Não sei de onde me lê, por isso envio um abraço grande, um que dê a volta ao mundo, para a apanhar.
:-)
Até eu, bicho do mato certificado e completamente inapto para ousadias comunicativas, venho aqui juntar a minha birra à da Frederica. Que é lá isso de fechar o blog?!
ResponderEliminarGrande beijinho (mas um bocado amuado). :)
Querida MC, certificadíssimo esse "bicho do mato" que escreve histórias tão lindas e a birra fica também já validada e chancelada, este blogue ainda há de durar mais um tempão. :-)
EliminarOutro grande beijinho (muito contente, este beijinho).
:-)
E eu a achar que não precisava de dizer que lhe escrevo aqui da terra do Mandela, que isto lhe dizia por mim :) pois é, tem uma grande admiradora que tanto gosta de a ler aqui bem longe, no hemisfério sul, sendo que foi precisa uma birra para lhe viver dizer um olá.
ResponderEliminarE achava bem, Frederica, porque eu estava mesmo mesmo inclinada para a África do Sul, mas hoje também cá veio alguém da Ucrânia e da China e podia ser daí.
EliminarNunca fui a esse país de Mandela, mas tenho muita curiosidade sobre se se sentem verdadeiramente os efeitos da obra de um homem bom como ele foi.
Que bom, tão bom, ter vindo dizer olá. :-)
Nunca te disse a que comparo o teu blog, pois não? Não, acho que não...
ResponderEliminarUm sótão, preparado para momentos acolhedores, com arcas que guardam tesouros do passado que aconchegam o presente e fazem sorrir o futuro, no inverno, acende-se a lareira que invade o ambiente com aqueles tons laranjas e o aquecem tornando-o mais acolhedor, no verão, apenas um candeeiro a permitir a intensidade certa de luz, aquela que, nem está em falta, nem fere a vista, garante a continuação do efeito, quer no inverno, quer no verão, cheira a eucalipto... Dizias o quê? Ah! que por vezes o blog te parece inútil...
Um abraço, Susana (que coisa mais bonita conseguir aquecer corações por esse mundo fora)
E eu nunca te disse por que raio demoro tanto tempo a responder-te aos comentários, pois não? É que acho sempre que não conseguirei escrever-te uma resposta à altura, Cláudia. De modo que preciso de tempo para encontrar palavras que não caiam na lamechice que isso tu não irias aguentar, nem tu nem ninguém, mas por outro lado o meu coração fica assim como que aquecido, isso mesmo que tu referes aí no teu parêntesis, de maneira que é preciso um malabarismo para o qual não sou lá muito habilitada.
EliminarAdorei saber disso, minha querida Cláudia. E acho que posso acrescentar que me transportaste para o sótão dos meus avós, que se deitava sobre os telhados de Lisboa, onde eu ouvia histórias na voz da minha avó, às vezes cantava e outras recortava tecidos à janela, com o rio ao fundo.
Um abraço, Cláudia, caloroso.