a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

28/08/2021

Ainda o verão, em princípio (a vírgula é fundamental)

Tentando manter a calma, declaro independência à insónia e mergulho no acolhedor silêncio de toda a cozinha. Dela extravio um copo de parede perfeitamente vertical cheio de saúde especialmente por dentro. Um líquido espesso, muito branco e frio, vê-se a explorar-lhe o conteúdo. Mais: à boca da caixa de bolachas comprada na loja de antiguidades que me quer muito bem, convido uma a sair pela mão. Pode resultar. A triste cena é acompanhada de dor nas costas, aquela que veio cá passar duas semaninhas. O dia aparece aqui choroso, a clarear a custo e principalmente lá fora, oferecendo o grasnar de uma ou duas gralhas mais frontais. Não me posso queixar.

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