a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

14/05/2022

Também os há de graça

No almoço decorrido atrás das vidraças de sexto andar que deitam para a avenida onde moram jacarandás seguidinhos iniciando a puberdade dois mil e vinte e dois, os queridos, optei por um vinho branco e não recusei água. O linguado desfiambrou-se como nos tempos do Dom Pepe ali onde Cascais alvorece muitas vezes e por um momento perdi o contacto com as velhas mas funcionais instalações elétricas em torno. Estive regozijando dentro de um contentamento mais transversal cá comigo, do tipo camadas de cebola, mas logo acordei. Falava-se do potencial genético e humano à base de bits e apresentaram-se resoluções já com o meu linguado em espinhas. É que eu vinha com fome. O presidente dos trabalhos pediu para enunciarmos um objeto preferido. Um ou o, não posso precisar. Sendo paupérrimo que, por falta de ideia, reduzisse um belíssimo jacarandá a objeto, nomeei o livro a tempo. Não fui a única como seria de prever. Uma graça de almoço. De graça. Que também os há. 

2 comentários:

  1. Fico feliz por saber que ainda há quem escolha "o livro"...ainda que com pena do Jacarandá...também me seria difícil essa escolha.

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    1. Há dias dizia-me um colega que vê muita gente a ler no comboio, no trajeto para o trabalho. Isso foi bom de ouvir. :-)
      Bom fim-de-semana, querida CC.

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