Aliás, a cadeira é tão boazinha, que nem é preciso estar sol e calor. Hoje estava lindamente envolta em neblina por todo o lado e com gaivotas barulhentas a fazer imensos voos rasantes. A bandeira começou em verde mas mudou diretamente para vermelha, e eu zero aborrecida. Também não se via nada além de uns metros, só se ouvia (o mar e as gaivotas). E salvar pessoas no nevoeiro deve ser muito difícil mesmo para rapazes daqueles com boa visão, portanto percebi perfeitamente a ideia da mudança.
Mas às tantas, o meu relógio esperto já estava farto da cadeira (que não tem bluetooth nem faz bips por tudo e por nada, e também não vibra quando alguma notificação chega a derrapar), e mandou-me pôr a andar, mexer o corpo (sair da cadeira). Como é para o meu bem que o relógio faz aquilo, obedeci. Pousei os papéis, o lápis e o marcador e fui apanhar conchinhas lilases, pedras achatadas pretas, arredondadas vermelhas e arredondadas em amarelo ocre. Pelo caminho, trouxe uma toda branquinha, quase transparente, que ilustrava o dia muito bem.
Agora tenho estes tesourinhos lavados na bancada da cozinha não sei para quê. Mas vou descobrir (talvez os ofereça de presente à cadeira). Boa noite, até amanhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário