a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

06/10/2015

Lombinho na brasa e o prémio Nobel da Física

Gosto muito de saber que os neutrinos sempre têm massa. Mas se não a tivessem eu gostava na mesma, os neutrinos intrigam-me, encantam-me e mais coisas, mas hoje não. Que oscilam, não me admiro. Vindos do sol a abrir, trazem o fogo no rabo (quem tem massa tem rabo, suponho), atravessam o que for preciso sem olhar para trás (se olhos não for o caso, fica a metáfora), mas isto sou eu a inventar. O que gostava muito de saber a seguir, se os senhores não se importassem, é qual a probabilidade de, ao longo de uma vida humana, um neutrino mais gordinho, vamos supor, todo oscilante, colidir às cegas (os olhos já se sabe) com uma célula das nossas, coitadinha, está visto que apanhará o susto da sua vida, e eu queria saber se a colisão é tal que faz apenas cócegas à gente ou se é valente e pode mesmo deslocar do lugar (do pé para a mão, por exemplo), a célula atordoada ou, pior, mudar-lhe as funções sem mais nem ontem, depois de tantos anos de especialização no ofício. Ou seja, que quantidade de energia traz o neutrino afinal, o rechonchudo, no lombo? Lombo de neutrino, se faz favor. Lombinho? pode ser. Sim, com massa. E na brasa, que eu ainda não jantei.

(Post terminado a martelo, para ficar pequenino como o seu mentor, ainda que maciço - ah maroto!, quem diria, uma coisita de nada e vai-se a ver pimba, massa com ele! - e não, o acabar do post, para evitar que continuem a chover tolices, como pode ter parecido.)

8 comentários:

  1. A prova provada da importância dos pequeninos, com mais ou menos massa. :)

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    1. Pequeninos, mas valentes, se calhar até podemos dizer rijos como o aço. Vêm de lá tão longe, atravessam o planeta Terra de um lado ao outro e não passa nada, magrinhos magrinhos. Enfim. Eu adoro isto. :-)

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  2. Querida Susana Rodrigues,
    A lê-la em neutrinos e a pensar em citrinos. E nas células. Os alvéolos, como ainda lembro de ter aprendido, dispensando microscópios. Chá de laranja. Lima.
    Noite feliz,
    Outro Ente.

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    1. Querido Outro Ente, se tivesse sido um cientista português, em vez de um italiano, o pai dos neutrinos, haviam de se chamar "neutrinhos" e depois aí podíamos pensar em moranguinhos. E em libélulas, favos, telescópios indispensáveis. Havia de se tomar café. Sem açúcar. Mascavado.
      Obrigada por me ajudar nisto de dizer tolices (com todo o respeito, claro).
      Noite feliz.

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  3. E eu a pensar que vinha aí um serão em torno dos lombinhos na brasa!... De neutrinos não sei nada... Mas agora fiquei intrigada. Quando tiveres a resposta vens aqui esclarecer sim?
    Beijinhos Susaninha

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    1. Mafy, quando eu souber essa resposta, digo. Está prometido.
      (os lombinhos foram-se num instante... mesmo com massa.) :-)
      Beijinhos, Mafy, boa quinta feira.

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  4. Mas cuidado: estes senhores também provaram que os diferentes tipos de neutrinos se transformam uns nos outros! (Eu também fico superexcitada (ah!) com estas coisas...) Às tantas, quando chega à mesa, o lombo de neutrino do muão já é um lombo de neutrino do tau. *

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    1. Os neutrinos são uns desavergonhados, como é evidente. Sabem que ninguém os apanha, achamos que temos um do electrão e pimba, afinal é o do muão ou o do tau. Onde é que já se viu.
      :-) Minha querida S White, o que eu gosto de te ler! Um beijo.

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