Agora mesmo, nesta manhã de sábado, enquanto me entrego ao
trabalho, ao meu adorável trabalho, estou sendo atingida por uma outra vibração,
toda subtil. Extraindo um dos derradeiros suspiros aos discos compactos,
sobreviventes dos zeros e uns mais voláteis, hoje vencedores na
propagação das ondas musicais, pus para tocar a Nina Simone. Puxa, que já não
me lembrava de como esta voz quente, quase de homem, se espalha pelo soalho de
madeira, se estende, espreguiça e liquefaz, depois sobe pelas paredes pintadas
de novo, bem devagar e pastosa, entretanto pastosa, lambuza-se nas cores também
elas quentes dos quadros pendurados em silêncio, observando tudo, e só então faz-se entrar-me na circulação vermelho-sangue,
uma das cores mais belas que já ouvi.
Ai, bolas, que maravilha de pintura escrita sobre o potencial que a música de uma voz à solta tem para tocar(nos).
ResponderEliminarBom trabalho, que os próximos dias continuem assim cheios de inspiração, e, bom ti vê, Susana, precisa escrever? Carece não, minina, né? cê sabe. :-)
Bom ti vê eu também, viu? :-)
EliminarÉ que isto de trabalhar muito, muitíssimo, tem o reverso de quase não conseguir vir ao(s) blogue(s). E depois dá saudades, dá.
Muito obrigada, Cláudia! :-)
Se a descrição é tão bela, imagino só a música :)
ResponderEliminarBom feriado
A música é bela, sim (pelo menos para mim) :-)
EliminarObrigada, GM, e bom feriado também para ti!
Que maravilha de prosa, Susana. Vai tão bem com a Nina :)
ResponderEliminarMuito obrigada, querida flor. :-)
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