a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

12/11/2025

Manuel Cargaleiro, chama-se ele

A velha mala azul-sujo apareceu no tapete de entrega do aeroporto de destino carregadinha do Cláudia.
Ou da Cláudia, se esta foi categorizada em tempestade e não na turma dos furacões, tufões e família. 
A Cláudia choveu para ali toda na pobre mala à porta do avião, só pode ter sido ela, já que na chegada fazia um lindo céu azul-rosa do por do sol. Dentro não estava presente o computador, que a tempo retirei, o felizardo viajou no aconchego do meu lugar à janela. Mas o livro apanhou uma molha da Cláudia porque deixei-o ficar dentro da velha mala azul-sujo. Coitadinho, vinha ensopado. Um livro que custou caro, está devidamente marcado e sublinhado, anda a estudar comigo há vinte meses e prepara-se para outro tanto, se aqui a viajante incauta passar nos exames todos à primeira, claro. 
É o que dá o querido aeroporto de Lisboa abençoar as malinhas que à porta do avião são rejeitadas para a barriga do mesmo e ficam ao relento sabe-se lá quanto tempo à esperas dos handlings, pá. 
Poças. 

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