a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

17/09/2016

Do router nada nem com menu de escolha

Marcámos encontro para hoje, para hora incerta desde que durante a tarde, o novo router e eu. Sabendo já de muitos anos a virar frangos destes, que routers novos e afins vindos de provedores de serviços em massa nem sempre comparecem aos encontros, especialmente se o encontro me obrigar a percorrer duzentos quilómetros para cima e depois os mesmos duzentos para baixo, pelo sim pelo não, antes de a tarde do encontro marcado se extinguir, e porque do router nada, telefonei para um número daqueles. Daqueles que nos devolvem um menu de escolha, se é serviço de televisão prima um, se é de telefone prima dois e por aí fora fui premindo até me quedar de música ao ouvido, o David Bowie e tempo de espera aproximado dois minutos, mas foram dez, e ele a cantar a mesma coisa tantas vezes, logo o David Bowie que eu, caramba, o David Bowie não. 

- Registamos a sua insistência, minha senhora, talvez tenha havido algum atraso.

Agora não sei se o meu problema é ser demasiado agradável com as pessoas dos call centres, talvez me não levem a sério, sabe-se lá; que já vi lugares em que quem mais grita e mais maltrata, mais respeitado é, isso já vi. Mas como sei por observação de quem teve de agarrar um call centre porque nada mais houve para agarrar, quem teve humilhações e lágrimas e soluços e desespero e sofrimento ali à minha frente, nos meus braços, eu sei, que quem trabalha num call centre tem uma alta probabilidade de ser profundamente infeliz, sou eu agradável por opção.

Ou seja, o novo router não sabe o que perdeu.

Mas eu mostro:


 É que lá fora do lugar de instalação do serviço que continua sem router, tivemos isto.

10 comentários:

  1. Eu também fazia duzentos quilómetros para não faltar a um encontro desses... que maravilha de "router", Susana. :)

    Um beijinho e bom Domingo. (suponho que estivemos as duas à mesma hora a olhar para o céu; estava qualquer coisa de espantoso)

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    1. Quando chegamos ao ponto de precisar de internet como precisamos de quê, de rir e de corar, por exemplo, coisas quase vitais, ficamos assim agarrados a routers. :-)

      Disse-me a minha filha que ontem muita gente publicou o pôr-do-sol no instagram. Estava, de facto, de cortar a respiração.

      Um beijinho, Teresa.

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  2. Esmagadoramente belo!

    Beijos repenicados, Susana :)

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    1. Espero que também o tenhas podido ver daí, Maria :-)

      Beijinhos de volta.

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  3. Confesso que não entendi a conversa do router e dos 200km, mas também não era para mim, portanto está tudo bem. a foto é fixe. Mas o que eu ontem vi também era lindo, só que não fotografei: uma lua enorme enorme a branquejar por entre os arbustos. Até parecia próxima. Gostei mesmo.

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    1. Esta conversa do router vem de uns posts atrás, bea. :-) Nem sempre tenho um assunto interessante sobre o que escrever e então vai de me debruçar sobre estas minudências do dia a dia. :-)
      Mas podia, isso podia, ter antes escolhido a lua, que esteve maravilhosa.

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  4. esse cenário foi generosos, pois mostrou-se também aqui nessa plenitude. aqui, é em Coimbra. fiquei só queda, a olhar, e não me ocorreu agarrá-lo assim, dessa forma. uma vez feito, fico agradecida. hei de vê-lo quantas vezes eu quiser. posso, não posso?
    beijinhos, Susana.

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    1. Querida Mia, esta foto que postei aí em cima foi tirada a cerca de 40 km de Coimbra, para sul. Portanto vimos o mesmo pôr-do-sol que podes, claro que podes, rever aqui. :-)

      Beijinhos, Mia.

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  5. Se calhar o router também se deixou ficar a contemplar um pôr do sol, algures nos não sei quantos quilómetros de distância a que se encontra. Por isso falhou ao encontro. :)

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    1. Provavelmente, luisa.

      Haverá de ser engraçado quando as máquinas que construímos (para não estar aqui a particularizar com o router, falo no geral) adquirirem alma sem a gente saber como e se quedarem como nós a admirar os pores do sol.

      :-)

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