a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

19/09/2016

Está na hora de posts fofinhos, de preferência duplamente fofinhos

Hoje fui ao ginásio fazer ginástica e noto, continuo a notar, que aquilo de manter as pernas esticadas no ar e na horizontal durante oito tempos e depois só mais oito e assim sempre em múltiplos de oito, aquilo não me dá jeito nenhum, mesmo estando deitada a olhar para o teto a contar os oitos como se fossem poucos com as mãos debaixo de mim própria e a morder os lábios para ajudar (nada). Depois a caminhar para casa sinto as pernas a tremer como se estivessem feitas num oito, mas estão é feitas em muitos, ai que piada, só que depois foi mesmo giro (atenção que este é um post fofinho) ao entrar na área em que se passeia muito os cães, área que também é um atalho para quem vem do ginásio, olho para o chão iluminado pelo candeeiro de rua preparando-me para contornar eventuais presentes caninos, nenhum, muito bem, e então esqueço-me das pernas por causa disto, que é agora que aparece o fofinho do post: vem, do outro lado, como se para o ginásio se dirigisse, um canito pequeno, todo despenteado, quem sabe acabado de sair de uma esfrega no banho, canito que me fez lembrar a Cutxi, (toda a gente sabe quem é a Cutxi, não carece de link), o cãozito a correr desalmado, todo cheio de pressa, entrando na mesma área que eu mas em sentido contrário e eu olá canito, e ele nada, despenteado o canito está mesmo giro, cruzámo-nos, ele continua a correr a correr e eu quase retomo o sentir daqueles oitos mas nisto vem outro da mesma proveniência, também como se para o ginásio fosse, muita pressa, e também a lembrar o mesmo cãozinho acima referido que toda a gente conhece de o ver metido dentro do frigorífico a fazer companhia aos iogurtes, desta nunca me esquecerei, coitadinho, coitadinha, aliás, que a Cutxi é uma canita, mas este segundo também vem esbaforido, aquilo houve ali coisa, este apresenta uma tonalidade mais escura no lombo, no lombito, vá, que isto se faz favor é mínimo o canito, este vem menos despenteado que o primeiro e eu, olá outro canito, e ele também nada, ok, e de seguida entra a dona na área, todos no mesmo terreno de passear cães e atalho para o ginásio, é um terreno dois em um, a dona a chamar os dois, canito! canito! não sei quê não sei quê (mas não era Cutxi), nenhum era Cutxi. E eu disse à dona assim: isto é uma coleção! E era mesmo, que ela riu-se com as trelas na mão.

Este parágrafo podia dar um poema, mas dar não deu, ficou só um parágrafo fofinho. Duplamente fofinho.

8 comentários:

  1. Um canito despenteado que parecia a Cutxi?! Disseste... despenteado?! :DDDDDDDDDDD

    (os meus filhos quando eram mais pequeninos e viam essas colecções de canitos, diziam sempre muito espantados: Olha, são gémeos!)

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    1. Nunca me escapam estes canitos da família da Cutxi. Gémeos, precisamente. :-) E andam sempre despenteados, danados de giros.

      :-)

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  2. Eu devo ser mesmo muito naba ou ter as pernas a tremer demais que nunca vejo nada de especial quando venho do desporto. Bom, mas saio bem disposta, isso sim.
    E os encontro imediatos não são para todos. São só para quem são.

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    1. Isso é interessante, bea - "nunca vejo nada de especial quando venho do desporto". Às vezes pensamos que não houve nada de especial, mas até houve. Por exemplo, quando a vontade de escrever me aperta muito (e ultimamente aperta até doer, porque tenho tido menos, muito menos tempo para escrever) pego num momento do dia, um qualquer, que até parece um momento vazio, sem nada, e faço-lhe um zoom, escrevendo-o. E não poucas vezes sai daí uma profundidade vivenciada, que nem eu tinha percebido, ao viver esse momento, que havia. E então o momento passa a ter sido especial por estar ali escrito. Fica com outra dimensão, sei lá.
      :-)

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    2. Quando a vontade de escrever me aperta - não precisa ser muito e até desconfio que não precisa apertar, só precisa existir, escrevo. E nem interessa sobre quê. Escrevo. Mas há muito dia sem tempo ou disposição para ela haver.

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  3. adjetivos e advérbio a acumular num título, veio mesmo em boa hora.
    boa semana, Susan.
    Beijinhos,
    Mia

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  4. Queria dizer Susana. Já agora, acrescento que desejo, não só uma boa semana, como uma semana, duplamente ótima.

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    1. Os adjetivos: fofinhos. O advérbio: duplamente. (acertei?)

      :-)

      Obrigada, Mia, e uma duplamente excelente semana para ti também.

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