Ao final da manhã de hoje, eu sossegada em casa, a trabalhar, entra
a minha filha Saminhas, que é a mais nova e muito enérgica, enfia a cabeça na
sala onde estou e dispara, olá mãe, posso levar um pacote de massa para o almoço em casa
da Maria?
- Olá, querida, podes. – hoje havia almoço em casa
da Maria.
- Trago de volta o que sobrar.
- Não é preciso!…
À hora do jantar, agora todas em casa, defronte dos
lombos de salmão au alecrim com puré
de batata verdadeira e couves de Bruxelas, tudo preparado por Muzi, a mais
velha, lança a enérgica Saminhas:
- Ai adorei o meu dia hoje, foi tããããão bom!!!!!
Já estamos habituadas a estas manifestações de felicidade de
Saminhas e eu lembrei-me do almoço em casa da Maria.
- Então? Correu bem o almoço?
- Simmm!!! Correu!!!! Mas gastámos a massa toda, mãe, éramos
cinco.
- Claro, filha,
obviamente. E quem eram os cinco? - conheço, na generalidade, os amigos das minhas filhas.
- As duas Joanas, a
Maria, o Pedro e eu. Foi tããão bommmmm, estivemos a conversar imenso!, ali,
no espírito do Natal, ao pé da árvore e das luzes!…
- E sobre que falaram vocês, ali, no espírito do Natal? – nem sempre as minhas
perguntas têm resposta, mas eu tento.
- Falámos de imensas coisas… bem… o Pedro contou-nos as
classificações que os rapazes da turma nos deram…
- Classificações?!
- Sim, de zero a dez. Eu tive um seis! – e mostra-se toda
sorridente e feliz.
- Um seis???? Tu mereces um dezasseis!!! – eu considero
as minhas filhas o top, I can’t help.
- Mãe, é até dez. E eu acho que seis é muito bom!
- É pouco, mereces mais… E as outras meninas?
- As Joanas tiveram uma sete e a outra oito, mas elas são
mesmo lindas, mãe… Mas a Maria teve um cinco…
- Oh… - gosto especialmente da Maria, também por ser a que
conheço melhor - então e o Pedro, não foi classificado por vocês?
- Bem… como é evidente nós não perdemos tempo com essas
coisinhas menores…. portanto só nos debruçámos hoje sobre esse assunto e resolvemos
classificar o Pedro, mesmo ali à frente dele.
- Ah, bom. E então?...
- Primeiro tivemos de o dividir em dois: corpo e cabeça, senão
não dava. Isto tinha de ser a sério.
- Ah… e?
- De corpo teve um sete/oito.
- Ena! E de cabeça?
- Três e meio.
(grande espírito natalício: este miúdo merece de certeza mais - é dos melhores alunos da turma e ajuda os restantes nas dificuldades...)
avaliação com critérios tão apertados não dava para que o espirito de natal entrasse na equação. geralmente as fórmulas são muito restritivas. :))
ResponderEliminar(ri-me um bocadinho confesso) (apesar do assunto ser sério) ( e a massa devia estar mesmo boa)
boa noite, Susana
:-))
Eliminar(sim, parece que a massa estava boa e os bifes de peru também, nesses o espírito do natal parece que entrou...) :-)
Um bom dia, Mia.
Desconfio que elas aplicaram um desconto-sanção por causa dessa conversa das classificações. Fizeram bem. Merece um 2!! :)
ResponderEliminarO que eu gostava de ter ouvido o debate que decerto antecedeu a classificação... :-)
EliminarUm 2!!! Coitadinho... :-)))
Pobre rapaz... Dividido em dois. :))
ResponderEliminarMas claro, luisa, como classificar uma pessoa como um todo uno e indivisível? Impossível, claro.
Eliminar:-)
Espero que os meus filhos não pertençam ao grupo dos classificadores. E até que não sejam classificados. Ainda que para mim sejam nota 10.
ResponderEliminarUm 10, precisamente. A bea entende-me.
Eliminar:-)
(que saudades das minhas tecendo considerações, relatando episódios, assim em 'pucanitas' :)
ResponderEliminareu agarro estes anos em que ainda as tenho em casa com as duas mãos e mais tivesse. Tenho plena noção que depois... depois virá um vazio.
Eliminar(E mais tarde, quem sabe, os netos) :-)
não há vazios, Susana. a vida muda, nada mais :)
Eliminarobrigada, ana. :-)
Eliminarperante esse rasgo de inteligência dos mancebos, eu dividiria o rapaz/es dos pés até à coxa, da coxa até ao umbigo, do umbigo até ao pescoço, do pescoço até ao nariz, e, por fim, do nariz até ao escalpe. só depois classificava.
ResponderEliminarelas foram muito boazinhas :)
elas se calhar não quiseram empenhar-se tanto no processo... :-)
EliminarAdorei :)
ResponderEliminarFantástica a tua Saminhas, gosto dessa energia e clareza de espírito.
Obrigada, conta corrente :-)
EliminarE bem-vindo!
(a energia, a boa energia, é sempre tão bem-vinda seja em quem for) :-)
Ai os maganos! Três e meio foi muito, tendo em conta a fúria classificadora!
ResponderEliminarBeijos, Susaninha :)
:-)
EliminarSabes o que mais me cativa nisto? É a transparência com que se pronunciam, os miúdos são puros.
Beijos de volta, querida Maria. :-)
esse gajo é um delator, devia ter menos oito...
ResponderEliminarclaro, claro, Manel. vocês os homens nunca se deviam delatar uns aos outros, je comprend ça.
Eliminar:-)
Engraçados os miúdos. Acho no entanto que à medida que crescem continuam a classificar. Mudam os critérios, os números passam a adjetivos, mas as classificações continuam :)
ResponderEliminarDe facto é assim. Nós devíamos aprender mais com eles, em vez de os querer enfiar nos nosso moldes por vezes tão viciados.
EliminarBom domingo, GM :-)