Há especialmente duas coisas da vida atual civilizada nas quais eu não encontro encanto algum. Uma é ser abordada nos centros
comerciais ou aeroportos para me venderem porcarias que preciso de continuar não tendo, a outra
é ter absolutamente de parar para meter gasolina no carro especialmente se for nas gasolineiras que
exigem pré-pagamento que é, na verdade, quase todas. Mas hoje ia a certa altura precisar de passar
a ponte 25 de abril e então pensei: é mais sensato pré-meter gasolina no carro do que deixar o apito avisador do painel de instrumentos que já deve estar todo cansado concretizar-se numa paragem forçada em cima do tabuleiro, o que
ainda para mais, ouvi dizer, é completamente proibido.
Então vamos meter gasolina, ok? Parei na estação de
serviço e claro que a bomba está em pré-pagamento. Vou então primeiro lá dentro pagar o valor
que estimo servir para quase atestar sem transbordar e já estou com a agulheta a encher o
depósito do combustível necessário quando sinto alguém aproximar-se por trás de
mim e fazer um tsc arham para se
anunciar. Finjo que não ouço nada porque não-acredito-que-logo-quando-estou-a-fazer-esta-coisa-entediante-venha-a-outra-coisa-entediante
que é #quereremvender-meporcariasnarua.com (para variar dos tracinhos, pode também
optar por hashtags). Mas como me
ocorreu que podia ser algo de que eu iria ter de me defender com uma
esguichadela de gasolina em alguém, por exemplo, numa bomba em pré-pagamento nunca
se sabe o que pode suceder, virei-me, ou melhor, torci-me 30 minutos para a
direita enquanto mantenho o aperto do manípulo com imensa força que às vezes até
me fica a doer o pulso e depois afinal é um senhor de cabelo todo branco. Ar distinto, um jeito britânico de quem não me vai fazer esguichar-lhe gasolina
nenhuma ou seja posso aproveitá-la toda, parece este senhor ter acabado de tomar um
banhinho e pentear o cabelinho. Pergunta-me então devagar e em inglês como se faz
para encher o depósito do carro – as bombas em pré-pagamento têm um bloqueio lá
delas, não têm? – e o senhor estava sem saber como dar a volta à questão apenas
tendo dado a volta à linha de mangueiras uma das quais já vimos que está na
minha mão em apertos uma vez que eu ainda não acabei. O senhor, disse eu torcida, tem
de ir lá dentro, pede para lhe desbloquearem a bomba e depois já pode encher. Ele
foi. E eu mal terminei o serviço da estação devolvi a agulheta mais ou menos ao seu sítio,
fechei bem a tampinha do depósito e entrei no carro ainda melhor.
(o próximo vai ser elétrico, vai vai)
Não tenho a certeza de que os carros elétricos resolvam inteiramente o problema, pelo menos a avaliar pelos tempos de carga atuais (duas a três horas de espera na estação de carregamento, nos casos bons). Talvez num futuro promissor, que não o imediato.
ResponderEliminarUm bom fim de semana, cara Susana :-)
Bem, muito caro Xilre, eu também não, mas hei de arranjar maneira de carregar o carro durante a noite a fazer companhia ao telemóvel. E depois, mais tarde, envia-se a energia por sms à viatura se ela quiser, e se não der o bluetooth, o zigbee ou quaisquer que sejam os afins atualizados, claro. :-)
EliminarUm muito bom fim-de-semana também para si. :-)
Isso era do Espaço 1999, não era?... ai não, esse era o Spock e não Scott... bolas.
ResponderEliminarEu penso que por mais que nos esforcemos, nunca seremos capazes de adivinhar as coisas tal qual elas vão ser, nem a uma distância de 20 anos... :-)
Bom fim-de-semana.
bem que era mais animado se fosse assim:
ResponderEliminarhttps://www.clker.com/cliparts/c/5/c/e/15167060571400050573flintstone-car-clipart.med.png
bom fim de semana! huhuhu
Muito mais animado! (tirando os calitos nos pés, claro, mas isso são apenas detalhes, obviamente).
EliminarBom domingo e obrigada, il :-)
Por bluetooth é que era. É que os eletricos, se uma pessoa se esquece de os alimentar ou não pode, a coisa complica-se. Uma otima semana
ResponderEliminarSim, sim, mas elétricos alimentados por bluetooth, ou seja sem fios. :-)
EliminarUma ótima semana para ti também, GM.