Na porta de embarque bato os olhos na sola de um sapato de ténis, a sola está voltada para mim. Tem um perfil parecido com o do sapato que deixou as marcas no chão do quarto da Saminhas no último assalto. Este perfil esteve na lista top mais na altura, quando fomos a várias lojas de calçado virar sapatos para apreciação das solas. O perfil foi então eliminado, as estrias da borracha são mais largas. O sapato do ladrão, ou da ladra, era outro.
O tempo de espera para entrar no avião é um vazio repleto de aborrecido. O miúdo da frente da fila, por exemplo, torce o pequeno tronco do colo do pai abaixo, acompanhando a tentativa de um gemido. Quer sair. Ou quer embarcar. A mãe do miúdo já andou a passar por baixo das fitas delimitadoras de contenção de passageiros em filas para ir apanhar o cachopo fora da área, tinha ele escapado do colo do pai com sucesso.
Hesito entre ter saudades do comboio e culpar a máscara que me dá comichão no nariz e um bocado de falta de ar.
Um texto maravilhoso!!
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Beijos e um excelente noite
Tenho novo Post...
Obrigada, Cidália.
EliminarBeijos também para si e já lá vou ver o seu novo post.
:D
ResponderEliminarÉ o que se chama um sorriso de orelha a orelha, não é? :-D
Eliminaré. e agora para algo completamente diferente: não conseguiste fazer o itálico; why??? :D
EliminarPorque escrevi o post em pé, na fila de embarque (fila espaçada e mascarada), e depois a caminho do avião e nas escadas do avião e acabei-o já sentada no meu lugar. Ou seja, escrevi-o no telefone e o ecrã é demasiado exíguo para me ter aventurado a fazer o itálico direitinho (fica para a próxima) :-)
EliminarMas já anda por aí a viajar?
ResponderEliminarComo é o ambiente dentro de um avião?
~CC~
Sim. O avião vinha a menos de meia capacidade, tudo de máscara, o serviço a bordo reduzido e o mais "contactless" possível. Oferecem-nos um toalhete desinfetante para as mãos e pedem-nos para preencher um questionário da DGS para nos poderem rastrear no caso de se vir a verificar naquele voo algum caso COVID.
EliminarMas dá muita pena ver os aviões da TAP todos no chão, os motores tapados... isso dá.
Bom dia, CC :-)
Um texto escrito para rir, imagino eu que, baseado em factos reais.
ResponderEliminar.
Cumprimentos
Em factos reais, sim. E ainda bem que dá para rir, Ricardo. :-)
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