a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

06/05/2015

Camelo amarelo de plástico

Devido à ingestão que fiz, ao almoço, de cebola crua picada polvilhada de salsa nos mesmos preparos em cama de grão misturado com atum aos fiapos e ovo cozido disposto em moléculas apartadas umas das outras, mal disposto o ovo, nada ali está inteiro se não se olhar ao grão, creio precisar de ajuda localizada.

Cumpro. Aprovisiono um rebuçado de mentol descascado, potente, branco translúcido, e levo-o, confiante, à boca.

Enquanto o efeito se decide, oiço Beethoven durante dezasseis minutos seguidos e leio pela centésima vez esta semana a inscrição "I love Qatar" que o camelo pequenino, de plástico amarelo, bochechudo (e bochechudo não é fácil de pronunciar com este rebuçado às voltas em emissões gasosas ardentes), tem em exibição permanente em cima da minha secretária.

(a segunda parte do post, a que falta aqui, diluiu-se nos vapores potentes já mencionados, de maneira que o resto da tarde fiquei calada a respirar só pelo nariz, não fosse o camelo amarelo de plástico derreter nos eventuais calores remanescentes e eu gosto muito dele, por acaso gosto)

4 comentários:

  1. Gosto sempre tanto do que leio aqui.
    Mas dispenso cebola crua .
    :)

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    1. Muito obrigada Just Things. E ainda bem que vieste, porque eu queria mesmo dizer-te que gosto sempre tanto do que leio no teu novíssimo blogue e lá não posso comentar.
      Bem-vinda! :-)

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    2. Obrígida Susana :)
      Ando a reflectir sobre a caixa dos comentários. Abrir ou não abrir, eis a questão .
      Mas vou continuar a perder-me por aqui.
      :)

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    3. Just, és muito bem-vinda aqui, é um gosto que me dás. :-)
      E, já sabes, se te apetecer abrir comentários, há-de lá ir de vez em quando parar um meu.

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