Quem anda à chuva molha-se é tão verdade como o fenómeno de
nunca ter o chapéu de chuva à mão quando preciso dele. Por outras palavras, traduz-se a
ideia assim: isto de muito labutar chegou-me cá uma dor ao braço direito que se
inscreveu para a categoria de lancinante. Dor lancinante. Enraizou-se entre
dois músculos do ombro e dias volvidos já se tinha desenrolado para baixo,
atingindo três dedos que andam sonolentos desde aí. O cotovelo não foi
esquecido neste apanhar de todo o membro e eu, que não estou interessada em
lancinâncias, optei (lancinâncias
parece que não existe). Optei por instruir o rato do computador nesta segunda feira a
mudar de mão. Só que à esquerda temos pouca conivência entre um querer (rato) e
o outro querer (mão), isso viu-se às primeiras. Em folha de cálculo, ao querer aglomerar algumas células duas a duas
em dezenas de linhas, vai o rato lançado numa correria na qual aglomeramos em
equipa até à linha quinhentos e noventa e quatro, ou seja centenas.
Compreende-se o entusiasmo, afinal o rato ainda não conhecia as maravilhas da esquerda
nem tampouco estava esta habituada a bulir (bulir existe), até parece que se
juntou ali a fome com a vontade de comer mas ao contrário (asneira atrás de asneira). Para repor o assunto e devolver as
células aglomeradas sem intenção à sua individualidade de célula só, conseguimos inserir numa delas um comentário inadvertido que lá se
meteu, foi mais uma coisa do novo parzinho rato na esquerda. O comentário ficou vazio, como seria de esperar.
O resto do dia fez-se lentamente, paciência, e, perto das
cinco e meia, no minuto em que o sol me vem pousar nas mãos, a direita,
arroxeada de insensibilidade (recordemos os três dedos dormentes), animou-se de
tal forma que, quando damos por isso, está o rato de volta a casa e o trabalho a querer de novo fluir.
(estava a pensar escrever agora assim, para justificar: “post
escrito muito à esquerda, daí a estranheza de conteúdo”, mas achei que o leitor
iria tentar inferir daqui uma conotação política e eu não ponho conotações políticas
no blogue, de modo que fica como está e está justificado à direita)
Diacho, isso lembra-me tendões... e médico, o quanto antes.
ResponderEliminarÉ já amanhã que levo o braço e os tendões ao médico :-)
Eliminar(É bom vê-la por aqui, alexandra :-))
Prepara-te para anti-inflamatórios e fisioterapia. Been there. Repeatedly.
ResponderEliminarBeijos e as melhoras :)
Jesus... ok, estou preparada. :-(
EliminarObrigada, Mary darling, e beijos de volta. :-)
(Já tens um daqueles tapetes de rato com almofadinha? Sempre ajuda qualquer coisa...)
ResponderEliminarNão... eu nem tapete de rato sem almofada uso... acho um objeto muito dado a colecionar bactérias... mas com almofada talvez tente, sim. Boa ideia, Palmy :-)
Eliminar(como assim? ainda há tapetes para ratos sem almofadas?!)
Eliminarcuida-te, Susana Amazona! tendinite dói que se farta e nós precisamos de ti a 100% (não vá a Pirata tentar roubar-nos outra vez :)
um beijo
(os ratos hoje em dia só querem é descansar a cabecinha lá deles numa almofada esponjosa, lá isso é uma verdade...) :-)
EliminarÓ florzinha das pétalas borrifadas, tu por onde passas deixas esse teu perfume, de modo que a Pirata não vai demorar a encontrar-nos aqui a conspirar coisas, ai não vai, mas nada temeis! que desembainhar a espada ainda consigo iháá!
(a sério agora: eu às vezes fico deslumbrada com o que tu escreves, flor, lá nos teus blogues semi bloqueados)
outro beijo :-)
Tem ares de tendinite, ou a caminho dela.
ResponderEliminarAs melhoras, Susana!
Beijos
Ai... pois tem.
EliminarObrigada, Isabel, e outro beijo.
:-)
Espero que isso já esteja a ser tratado, percebo-te na perfeição o usar o rato com a mão esquerda, andei três meses nessas andanças até que o venci :)
ResponderEliminarAs melhoras, tendinite dói que se farta e tende a piorar, quanto mais cedo a tratares melhor
beijinhos :)
Ando a encher o braço de mimos e parece que hoje até já se sente melhorzinho. :-) E a mão esquerda a fazer progressos.
EliminarTendinite, eu sei, já vi gente contorcer-se com essas dores, por isso é que ando a ver se as finto.
beijinhos, vizinha :-)
Há anos que uso o rato com a mão esquerda (e não sou canhota), mas não por conta do dito e sim pela maquinaria com que trabalho (também há anos). Não me lembro de ter sido muito difícil mudar de mão, mas às tantas é porque foi lá longe no tempo.
ResponderEliminarAs tuas melhoras. Beijinhos.
Gina, mas tu não precisas de ser canhota para fazer um malabarismo desses (e nem pergunto que maquinaria é essa, dá um certo medo a avaliar pela quantidade de cadeados que se costumam pendurar atrás de ti...) :-)
EliminarObrigada. Beijinhos de volta.
:)
EliminarSão máquinas de duplicar chaves, portanto não estás longe, e são realmente assustadoras, que aquelas freses, ui. Dei cabo dum bracinho, o direito, como está bom de ver, logo que comecei o ofício.
Dói que se farta, mas com medicação isso vai. Rápidas melhoras :)
ResponderEliminarObrigada, GM. :-)
EliminarSusana, que rato doido, até parece do Benfica...
ResponderEliminarAs tuas melhoras, querida Susana, (tenho um tendão de aquiles no banco dos suplentes; serve?)
Ao menos esse teu tendão, ainda que suplente, tem nome, e um belo nome. O meu coitadinho, ainda nada. Olha, vou batizá-lo agora mesmo de, deixa ver, Aurelius. Que tal? :-)
EliminarAbraço daqueles já sabemos como, querida Teresa.
Conseguir transformar uma dor lancinante num texto de conteúdo bem-humorado (é esta a estranheza, não é? Pergunto-te eu de sorriso mais uma piscadela de olho a acompanhar)
ResponderEliminarEspero que agora já estejas muito melhor, que o teu Aurelius :-) já esteja em muito melhor forma.
Até já, querida Susana.
O meu Aurelius parece melhor porque, para além de eu lhe ter dado umas férias ao usar a mão esquerda, também lhe dei um nome, inspirada pela Teresa. :-)
EliminarGosto tanto das tuas palavras, Cláudia. Sempre tanto.
Até já, querida Cláudia.