Na secção dos monos, que é a secção faz-tudo, eu uma sobra
do dia a ouvir a noite já surda, onde me visto à força de silêncio, aprendi a separar-me da minha alma por razões
históricas.
O raio de sol que se inscreve no espírito da tarde disfarçado nas mãos, nas
minhas mãos que envelhecem ali e o meu sangue corre cada vez mais depressa, é com elas que esfrego os olhos para poder ver de novo.
A sala dos
potes sob pressão onde pessoas cospem espadas ao ar saturado de um
nada velho para com elas exibirem uma divindade presumida, eu fecho os olhos e penso no canteiro de flores forçadas que não morrem ao vento da porta da entrada.
E, nas manhãs, oiço o melro cantar vibrato composto por ele junto ao vidro mais alto que é espelhado, do outro lado julgando ver-lhe outro, também ele numa serenata das alturas, concerto que me leva pelo caminho mais devagar como se fosse para mim, antes de despir por dentro a alma, me encher do pó de uma pedra morta e entrar.
E, nas manhãs, oiço o melro cantar vibrato composto por ele junto ao vidro mais alto que é espelhado, do outro lado julgando ver-lhe outro, também ele numa serenata das alturas, concerto que me leva pelo caminho mais devagar como se fosse para mim, antes de despir por dentro a alma, me encher do pó de uma pedra morta e entrar.
Temos poeta.
ResponderEliminarBeijos, Susana :)
Temos até vários, querida Maria Eu, mas nenhum que escreva neste blogue :-)
EliminarBeijos, muitos.
Esse lugar que acabaste de criar aí em cima é dos bons!
ResponderEliminarObrigada, Cuca. :-)
Eliminar«O raio de sol que se inscreve no espírito da tarde disfarçado nas mãos, nas minhas mãos que envelhecem ali e o meu sangue corre cada vez mais depressa, é com elas que esfrego os olhos para poder ver de novo.»
ResponderEliminarali, num simples e belo parágrafo, está contida a metáfora da vida, doce Susana.
Querida e admirável flor... obrigada.
Eliminar:-)
Olá, Susana.
ResponderEliminarÉ incrível como lugares tão ruins despertam na pessoa inspiração para texto tão rico em poesia.
E deu uma postagem magnífica - vejamos o lado bom da coisa ;)
bj
Olá, Carmem :-)
EliminarEmbora não me sinta merecedora desse generoso elogio, agradeço-o contente.
Magnífico é encontrar palavras bonitas assim como as suas, Carmem, neste mundo virtual. :-)