a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

03/08/2013

Dez e dez


Passavam dez minutos das dez horas quando a máquina disparou e congelou o momento. Juro.
A foto está pronta agora para ser metida num catálogo publicitário. Até o ponteiro dos segundos colaborou, apanhei-o na posição preferida dos profissionais disto.

Que mistério. Porque razão os relógios dos catálogos publicitários mostram que a foto lhes foi tirada às dez e dez? Tipo... sempre?!


Foi na revista que compro no aeroporto e que leio avidamente, que descobri a razão.


Nesta posição o observador pode ver livremente a marca do fabricante do relógio. Que normalmente é colocada às doze horas. Ou às seis da tarde. Ou da manhã, para os madrugadores.


E porque não, então, fotografar os relógios às oito e vinte?


Porque, senhoras e senhores, às dez e dez o relógio está a sorrir.



Tal como eu fiquei quando li esta história.


Nota: às dez para as duas o efeito seria idêntico, mas aparentemente quem é destro gosta mais de ver o ponteiro mais longo à direita. E por sermos quase todos destros, os catálogos privilegiam-nos. Injusto, claro. Mesmo com sorriso.

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