a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

23/11/2017

Não há fome que não dê em fartura

Na Finlândia fazem pão com farinha de grilos por razões diversas, extraordinárias, mas bolas que eu ainda estou processando a ideia de comer pão feito de grilos moídos.
Por outro lado, não me lembro de quando surgiu esta situação da Black Friday e até hoje nunca aproveitei nenhuma como má consumidora que francamente sou (já voltamos aos grilos).
Por conseguinte, ter levado hoje, logo hoje, o carro para a revisão anual não foi a melhor ideia possível, devia ter esperado por amanhã: dois pneus novos, substituição da bomba do líquido que refrigera o motor e que não é coisa pouca para além do resto que é costume. Para casa vim a pé logo após desistir dos táxis que não quiseram responder ao pedido rádio, e vim seguindo as instruções do meu telefone artificialmente inteligente. Foram uns trinta minutos e ainda parei satisfeita no centro comercial para fazer o que antes me fazia tão bem: comprar o jornal e tomar café enquanto o leio em cima da mesa com as pontas a pender para lá do perímetro circular daquela. Fazia tão bem, digo fazia: o jornal em papel hoje em dia dá tristeza, está um vazio enchido de publicidade.
Nem dizia nada sobre os grilos finlandeses moídos para pão sem glúten, por causa dos grilos é pão sem glúten, dizem  isso, e agora estou a pensar que também deve ser estaladiço. Gue.

15 comentários:

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    1. Pobres dos grilos... e de nós, e de quem deles precisa para sobreviver...

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    1. Mas depois de moídos, coitadinhos, não cantam mais.

      Olá Dina, bem-vinda :-)

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  3. Viva que não vivemos na Finlândia e podemos ter pão estaladiço sem ser feito de farinha de grilo (haverá por lá praga de grilos ou quê? É que o animal é pequeno, devem ser necessários uns cinquenta por carcaça). Nunca fui à Black friday e nem sei como é. Mas tendo gente demais, só de pensar já chateia.
    Os automóveis de vez em quando mereciam uns açoites. Mas não, lá vamos com eles para o médico todas tagatés; saem mais caros que ter uma criança. Ou alimentar um burro a pão de ló. O ponto é que nos fazem falta. Senão, pelo menos o meu logo via o que lhe acontecia. Mas é que gosto mais dele que de muita gente (também não me parece saudável este apego).
    BFS

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    1. Acho que não têm praga nenhuma, segundo o artigo que linkei no post, importam-nos de outros lados - eu cá estou é a pensar que criar grilos pode ser negócio dos bons num futuro próximo, pode pode.
      Eu gostava de viver bem sem carro ou então poder comprar um carro novo, lindo, etc - ou seja, contradições. :-)
      Bom fim-de-semana, bea.

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  4. Lá pelas bandas do Norte Europeu temos gostos peculiares. Islândia: parece que a carne de tubarão é um petisco e tanto. Eles fazem uma cura de não sei quantos meses, muitos, com técnicas diferentes das nossas, e o resultado é só para homens de barba bem dura: é que os tubarões daquela espécie específica que eles comem às fatias quase cruas depois de muitos meses de cura, não usa rins. A carne fica infiltrada até ao tutano de ureia. Pois! Quem se atreve?!

    O meu veículo da marca dois circunflexos encavalitados vai para a semana que vem fazer a revisão. Porta-se sempre muito bem, o menino. :)

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    1. Mas curiosamente não me faz impressão comer tubarão (na verdade, o cação é um tipo de tubarão, e quem nunca comeu caril ou sopa de cação, hein, menino do norte?). Já grilos, gafanhotos e outros insetos... no thanks.

      Diogo, tenho de te dizer que eras um bebé muito bonitinho, todo atento ao fotógrafo. :-)

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  5. Sei que aprecias as variações brasileiras da nossa língua, então toma lá esta: "Ficaste grilada?"

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    1. Tive de ir ao dicionário de português ver o que significa "grilada", porque já não me conseguia lembrar. Digo lembrar, Evandro, dado que na infância, por causa de ver novelas brasileiras, sabia todas as expressões. Adoro-as, é verdade. Aquela do "não esquenta a cabeça", por exemplo, é linda. :-) E tantas outras.
      Muito obrigada pelo comentário!
      E não fiquei grilada, não, antes espantada... grilos... hum
      :-)

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  6. Que horror, comer pão com grilos xD. As pessoas inventam cada coisa.
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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  7. Não há coisas boas ou más para comer, é tudo uma questão cultural. Eu acho as vacas mais fofinhas que os grilos...e o que dizer dos cabritos ou borregos?! E no entanto...
    ~CC~

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    1. Os borregos são lindos (eu acho), mas a carne deles é muito mal cheirosa, eu não os como nem com molho de tomate como se costuma dizer. :-)
      Uma boa semana, CC.

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