a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

16/02/2020

Preencher o espaço a pontilhado (cuidado, qu'esta é difícil)

Em pleno centro comercial vasco da gama, as minúsculas perdoam-se pelo que custa permanecer nesse imenso local, aos encontrões, aguardo a partida para a próxima investida na compra de presentes de aniversário atrasados, vou em cinco de atraso (a minha filha acompanha-me no raide, mas retirou-se por um momento e é aqui que aguardo). Estar em dívida com presentes de aniversário acontece-me muito pelo grande que é a família. Há, constantemente, alguém a fazer anos (mês passado: 2, este mês: 3, próximo mês: 1, vá lá). Mas hoje até por acaso dei-lhe bem: resolvi quatro, três deles dificílimos, adiante já me queixarei, o quinto ainda pode esperar. Aliás, já que entrámos por aqui, vamos continuar. 
Para as minhas irmãs é do mais fácil que há, escolho de olhos fechados, presentes para elas é mesmo na boa, pululam ideias lindamente (mesmo para as que não leem): enfeites de mulher, consumíveis de beleza, esferográficas Caran d'Ache (amo), uma coisa linda da Vista Alegre. Mas para os meus sobrinhos que não pegam num livro e já fazem a barba ou estão em vias de começar a fazer, fico encurralada entre mais um gel de banho para levarem no saco de desporto a cheirar a florestas verdes ou a uma outra frescura for men e mais uma loção para depois da barba da fragrância alternativa, coitadinhos. Isto enquanto não vierem inventar que estes produtos passam a ser dispensados via chipe informático feitos à medida do pH da pele dos gaiatos e da disposição do dia ou do mapa astral, sei lá, à escolha deles, entregues por correio semieletrónico. Ah, não tenho razão? Não tenho é imaginação para mais! Gel de banho loção para depois da barba gel de banho loção para depois da barba. Pelo menos são consumíveis, ocupam espaço temporário. Não tenho imaginação para mais, avisei que me ia queixar, mas a culpa não é minha, que isso até já tive, ó: um CD ao seu gosto, um DVD daquele filme de carros de corridas... (as meias podemos dispensar, toda a gente sabe).
Portanto, o que é que se oferece a um sobrinho homem em dois mil e vinte que já faz a barba ou está em vias de fazer e não lê livros para uma tia escolher, alguém me podia avançar, se faz favor?

(Supra pode ler-se "mas hoje até por acaso dei-lhe bem", porque consegui comprar presentes para três!!! dos meus queridos e muito - e muitos - sobrinhos homens: gel de banho e ................)

4 comentários:

  1. Uma experiência, Susana, um bilhete para qualquer coisa: um espectáculo, um curso, um jogo, um desafio radical... Uma experiência é o melhor que ainda se pode dar quando a generalidade das pessoas já tem o que precisa e o que não precisa.
    Um abraço.

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    1. Querida MP, muito obrigada pelas sugestões. Um curso! Acho que vou já começar a preparar os presentes para os próximos! É que é isso mesmo: têm o que precisam e o que não precisam.
      Outro abraço. É bom vê-la por aqui.

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  2. Susana, capítulo difícil esse das prendas para jovens rapazes...há uns tempos que tenho seguido o conselho da MP - prendas para espectáculos- até para os adultos. Às vezes o difícil são as agendas...eu por exemplo tenho a expirar "uma massagem" oferecida nesse sistema das "prendas experiência".
    ~CC~

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    1. Também já dei bilhetes para espetáculos, mas para gente mais crescida, de quem é mais fácil conheço os gostos.

      Boa massagem, querida CC. Não deixe expirar. :-)

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