a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

22/07/2021

Cuidado com a mulher

Um fraquinho de mês, este. Tem sido, claro está, o trabalho para não variar. Bem, na verdade, o trabalho e os veados. Por causa deles, temos andado a fazer os raides ao cair da noite na serra a ver se vimos alguma coisa. E sim, oh se vimos! Até um javali adulto, bem escuro, estava no meio da estrada todo preparado para iniciar a sua caminhada apressada (aquelas pernas curtinhas a dar o litro) de retorno ao abrigo do eucaliptal. Os javalis devem ficar fartos de eucaliptos, se calhar por isso é que este veio passear para a estrada para variar um bocadinho de ambiente, mudar de ares. E logo a seguir ao avistamento do raro suíno, não é que avistámos um raro canídeo a correr a correr de cauda com ponta branca, também conhecido por raposa? Ah pois é (bebé)!

Há dois dias, ainda não tinham dado as quatro da tarde, eu estou no terraço a trabalhar (claro) e oiço atrás de mim krrshsshsh krrshshs. Quando me viro para ver quem produz passos que não podem ser nem de passarinho nem de gato, dou de caras, aqui no abandonado jardim do lado, onde sobram por exemplo barras de suporte para anteriores colmeias de criação de mel, dou eu de caras, dizia, com a situação abaixo ilustrada. 


(mãe e filho, ou filha, pensando em veadês "cuidado com a mulher" - mas, não sendo esta muito muito assustadora, ainda deram tempo para os fotografar e até filmar)