a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

26/06/2016

Orquídea com batatas fritas

Batatas fritas em pacote azul, prioritário, higiénico e assético por não ter os males do costume, parece. São tão boas quanto era vivaço o olhar que ontem estava na carinha do tamboril espalmado no balcão do peixe. Mas é um azul bonito (está ali).

Ando há muito tempo com vontade de escrever um post sobre a Finlândia, qualquer coisa da Finlândia, eu nunca fui à Finlândia - para dedicar à pessoa que me lê todos os dias da Finlândia. Já descobri o que vai ser. (isto é um teaser)

A minha amiga Marina mandou-me uma fotografia dos seus pés com unhas vermelhas de um vermelho sangue, muito bonitos os pés, a mostrar-me como tem evoluído em ornamentação, cedido às pressões oferecidas nos cabeleireiros, só falto eu.

Mas eu as mãos já disse que ornamento com um anel muito belo para compensar os transeuntes de não encontrarem em mim a riqueza da unha pintada, é uma opção devido à poupança de tempo que oferece o meter um anel no dedo, relativamente ao processo de pintar - e deixar secar - dez unhas mesmo que sejam todas da mesma cor. Mas às vezes esqueço-me.

A minha família de três orquídeas grandes e uma pequena foi atacada por um pulgão de boas características multiplicativas, mas só as grandes. Isto ia a primavera a entrar. Uma morreu logo, a mais nova. As outras duas levaram uma esfrega no banho, uns cortes em todas as hastes e foram passar a primavera à varanda. Entretanto esqueci-me qual é a que dá branco e qual a que dá rosa nas flores. Hoje descobri que uma sobreviveu, já vem aí botão de flor, falta saber qual; a outra (das grandes) ainda está vai não vai. Quanto à pequena, a que o pulgão não quis, está aqui, a acompanhar as batatas fritas.


(este post deve-se ao folclore que sou obrigada a ouvir vindo ali do recinto onde puseram um ecrã gigante e agora o futebol tem descanso e eu tenho limites)


(atualização à luz da tarde seguinte, para entreter - lembra-me uma trilogia que Manuel Amado fez do quarto de Fernando Pessoa: sempre o mesmo quadro mas iluminado pela manhã, pela tarde e pela noite)

11 comentários:

  1. batatas fritas light boas seria como políticos honestos...
    :)

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    1. (já nem o marketing os salva, Manel Tentáculo-Espectáculo :)


      Susana, gosto tanto da tua prosa basilar. a vida (como ela é) em vários parágrafos.

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    2. Bem sei, Manel, bem sei... mas eu, por vezes, faço-me de esquecida e tento. É a esperança. :-)

      Minha querida flor, e eu gosto tanto da tua generosidade. Muito obrigada :-)

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  2. O azul não é feio, de facto, mas as batatas estão tramadas... :)
    Estou totalmente contigo nisso das unhas. Um anel é bem mais rápido de colocar e sair sem nada, mais rápido é ainda. :))

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    1. O azul é lindo e eu tenho um problema com este azul, quando o encontro, colido com ele e colo os olhos nele (claro que te podes rir, mas isto é sério e eu estou séria), e é tão sério e tão verdade como o quanto eu gosto do cheiro dos pimentos e sou até capaz de comprar um para ir a cheirar pelo supermercado fora para me entreter enquanto me aborreço a fazer o resto das compras, e já estou a falar demais, desculpa, luisa)
      Sobre as unhas o melhor é não dizer nada hoje.
      :-)

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  3. Era uma vez um pacote promissor, afinal, o conteúdo nada valia, posou ao lado de uma orquídea, só servia para ficar bem na fotografia.
    Entretanto, a orquídea posava agora pujante de vida por ter tido a sorte de, ao olhar do pulgão, ter passado despercebida. :-)

    Beijinhos, Susana.

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    1. Felizmente temos o inverso, por exemplo um quivi, mais feio por fora seria difícil, no entanto por dentro é um mar de verde ornamentado de bolinhas pretas, uma beleza, e o gengibre, também feio feio por fora e no entanto o muito que tem para oferecer - é por isso que não sei qual é o interesse tããão grande que se dá à moda, que é um ramo a pensar somente na visão e a esquecer-se da audição, do faro, do paladar, do tato...
      Tudo isto porque o pulgão não quis a pequenina (e a flor maior já abriu, 'tá linda).
      Um beijinho, Cláudia. :-)

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    2. E pergunto, a tremer muito, qual é a cor da que abriu...

      salomé

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    3. Minha querida Salu, eu ainda não sei, o primeiro botão já está gordinho mas ainda não abriu, e tem "as costas" verdes, mas isso todas têm... acho eu.
      Bem, a outra orquídea também já tem uma hastezinha.... mas vem pejada de coisinhas brancas suspeitas e eu... bem, ainda não sei que lhe faça.
      :-)

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    4. Perguntei porque há algum tempo dei-te uma branca, que sempre suspeitei ter condenado à morte.
      As coisinhas brancas devem ser cochonilha, esse diabo que se veste de várias formas e cores. As das árvores são grandes e tão glutonas que podem sugar-lhes a seiva até à morte. Bom, a da orquídea é fácil de combater, basta retirá-la com algodão molhado.

      Bjs

      salomé

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    5. Eu sei porque perguntaste, Salomé. :-) (mas não é a branca a que tu me deste, é a rosa... e o ano passado deu 25 flores, que eu contei-as, até tirei foto... gostei tanto dela que comprei a branca para lhe fazer companhia... mas acho que vão sobreviver as duas... tenho fé e mais alguns bichinhos para tirar, blhargh)
      :-) beijinhos, Salu.

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