a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

27/08/2016

Bed of roses

Há imenso tempo que não escrevo um post parvinho. Os posts parvinhos são bons para dissipar qualquer imagem muito boa, enganosa, que eu possa andar a semear ou, caso não ande a semear nada, usam-se então para dissipar neuras como a que me chegou hoje em dose cavalar. Não sei se é dos comprimidos que estou a tomar e que, senhores, me dão vapores quentes no estômago de tão potentes, até corro - corro é uma maneira de dizer, arrasto-me - a comer bolachas que se destinam a acalmar os calores no estômago e elas cumprem, as lindas. De toda a maneira, não ando mesmo a semear nada, perguntaram-me no hospital se estou grávida e eu adoro muito que me perguntem se estou grávida porque é sinal que pareço muito mais nova do que sou (imagem enganosa, afinal sempre havia), mas na papeleta que acompanha a caixa dos comprimidos amigos das bolachas diz uma coisa assim gira "não se deve tomar em caso de dor ligeira". Ou seja, a minha dor é pesada. No entanto não me estou a queixar, já disse a quem tem paciência para me ouvir que me agrada sobremaneira não poder por agora deslocar-me ao supermercado ou agarrar-me ao aspirador. Todavia, nem tudo são rosas como seria de esperar: tenho umas margaridas em tecido de várias cores que a minha caçulinha me trouxe do seu quarto para o meu - mãe tu gostas de flores, toma lá. A cama, por exemplo, a minha própria cama!, deixou de ser user-friendly: nela me deitar ou dela me erguer é agora todo um projeto (isto a propósito de não serem só rosas a minha doce vida).

Não gostando de estrangeirismos, que é o meu caso, deve então ler-se ali o quê?

Amiga do usuário. Da usuária. Minha amiga. A cama já não é minha amiga.

(e um post parvinho pode acabar com uma canção, não pode?)

22 comentários:

  1. pode (e deve, mesmo que a gente não suporte a song, mas acho que é mesmo disso que se - deve - trata :)

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    1. alexandra, sempre bom ver-te deste lado :-)

      pois, desculpa lá a song... mas... é isso.

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  2. Ah pois está claro que pode acabar da forma que te apetecer, Susana.
    O melhor é reatares a amizade com a cama e já agora com o corpo e ficares assim mesmo boa, sem dores, não vá a "Pain" se instalar no teu blog e depois já não ter quem me escreva uns disparates.

    (as melhoras, Susana, beijinhos)

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    1. Obrigada, querida Ava. Somos, portanto, por agora, primas senão mesmo irmãs. :-)
      Olha, sounds good.
      Que tenhas um ótimo sábado a dês bom uso a essas barbatanas. :-)

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  3. Votos de melhoras.
    Vai passar. Eu sei que é difícil aguentar mas, passa. Eu, este ano já estive praticamente paralisada de um dos lados e já passou. Daqui a nada danças ao som do Bed of Roses, vais ver.

    ps se isso se prolongar compra um protector de estômago. a azia é um bicho mau não deve viver, muito menos para se unir à dor, temos que derrotar as duas.

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    1. Estiveste praticamente paralisada?! ai.... bem, isso nem imagino como será...
      Por acaso logo ontem me veio também uma vontade de dançar, mas essa vem quase todos os dias :-)
      PS: se for preciso compro, sim. Obrigada, Tétisq.

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  4. transformar a dor em prosa é uma forma menos má de fazer a coisa.
    :)

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  5. Chega aqui o teu ouvido, vou contar-te um dos meus segredos parvinhos: Quando era adolescente sentia uma certa pena por não ter uma paixão assolapada por um ator, ou cantor/vocalista de uma banda, é que a maioria das minhas amigas tinha, com direito a posters no quarto e tudo, e o que sofriam com aquela situação, então pensei que não seria uma adolescente como deveria ser enquanto não tivesse a minha própria vítima inatingível de apaixonamento, também queria participar daquele sofrimento, também queria dizer toda ufana, quando o tema de conversa fosse esse, entre risinhos não menos parvinhos, que no meu caso era fulano de tal, ora, entre todas as possibilidades escolhi, precisamente, quem? pois foi, Susana, foi mesmo o Jon Bon Jovi, embora sem direito a posters, posto isto, claro que os Bon Jovi têm direito a uma dose de carinho da minha parte, é pois com todo o gosto que recordo Bed of roses, tu, cheia de pontaria, lá me desvendaste um segredo, daqueles mesmo, mas mesmo parvinhos. :-)

    (as melhoras, Susana)

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    1. Cláudia, mas eu era, fui, exatamente assim!! Não conseguia ter ídolos para além - vagamente - dos escritores em que me iniciei... um dia apareceu-me um poster no quarto (posto lá pela minha mãe! - que tinha sido bailarina) do Rudolf Nureiev (bailarino russo da velha guarda) num salto fenomenal. Foi o único poster que tive. :-)

      Sabes que Bon Jovi não é propriamente a minha preferência musical, mas às vezes gosto de ir para além de mim mesma e ainda bem que fui porque choquei contigo também aqui :-)

      Beijinho, Cláudia, um excelente fim de semana para ti.

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    2. E ainda bem que falei em posters, a tua mãe foi bailarina? Que maravilha, Susana, tenho um verdadeiro encantamento por ballet que me comove e uma admiração enorme por bailarinas, pela forma como põe o corpo ao serviço da arte e andam em pontas passando a sensação de leveza, como se caminhassem sobre nuvens, como se fosse a coisa mais fácil do mundo, como se não custasse nada. Pronto, já chega, acho que já deu para perceber o meu entusiasmo, o quanto gostei de saber que a tua mãe foi bailarina.
      (e sim, o enorme Rudolf Nuriev "num salto fenomenal", era com certeza um poster que valia a pena ter)

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    3. A minha mãe foi bailarina, mas era muito novinha (e dançou no Teatro de S. Carlos! :-)) Mas creio que não tinha talento suficiente, porque a "carreira" dela foi muito curta... (no entanto, os fatos que ela usava - um tutu e outro mais comprido - para dançar sobraram para nós e deram boas máscaras de carnaval :-) creio que ainda os tenho na arrecadação)
      Obrigada pelo teu carinho, Cláudia.

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  6. nã parece nada parvinho, eu sei o que são postes parvinhos, é a minha área de especialização... isto diz-se? o que quero desejar são melhoras, que voltes o mais rápido possível às "corridas".

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    1. Há pouco, quando te li o último post, achei engraçado referires também os posts parvos - parece que combinámos. :-)
      Mas.... caríssimo Manel, eu nunca lá vi parvoíces nenhumas atravessadas, aliás devo até dizer que gosto cada vez mais de te ler.
      (obrigada) :-)

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  7. já não acrescento nada que venha valorizar o que já aqui ficou dito. fica só o desejo de rápidas melhoras.
    um beijinho, Susana.
    Ah! se o post era parvo, parvinho ou ainda mais diminutivo, não sei, eu gostei dele.

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    1. Querida Mia, acrescentas sim, e valorizas: muito obrigada.

      :-)

      e um beijinho de volta, boa semana.

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  8. Susana faz lá as pazes com a dita mas antes de mais, fica bem depressa. Beijinho

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  9. Melhorinhas rápidas é o que desejo. Não podemos deixar as doenças ganharem confiança.

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  10. Faço votos para que essa cama já esteja mais amiguinha. Essa cama e outros móveis que por aí possas ter...
    Melhoras, sim? :)

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    1. A cama já se anda a portar melhor, muito melhor.

      Obrigada, luisa. :-)

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