a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

20/08/2017

Ah, o Algarve em Agosto...

Imprimi numa folha de papel branco que fica arroxeado quando o sol lhe incide de viés à volta das três e meia nesta altura de agosto, isto porque a impressora está sempre a postos com o papel metidinho no alimentador dela e está à janela (ai que ia rimando), mas então imprimi numa folha um quadrado preto com um A aberto a branco, porquê? Porque, devido à intensidade com que uso o meu teclado (sem fios) para escrever o trabalho que é todo ele muito de se escrever este trabalho, o A já foi e o S está para ir também (para onde não sabemos). De modo que imprimi o quadrado e ando a ver de que modo o acomodo ('tá querendo rimar) na tecla com jeitinho que é para não ficar sem tecla, que já uma vez fiquei sem uma, mas não era o A, por causa de tentar arrancar uma migalha de grande porte que estava um pedaço debaixo dessa tal tecla e outro pedaço estendia-se num interstício a caminho de teclas vizinhas e eu torci o teclado um bocado para incentivar a migalha a desalojar-se com a ajuda da gravidade, o teclado de cabeça para baixo a abanar vigorosamente, claro, mas o que foi acontecer foi que eu arranquei a tecla (e depois a migalha) e mesmo com vários vídeos tutoriais visionados posteriormente sobre “Cuide do seu teclado: como reencaixar aquela tecla que se soltou!”, não foi possível repor a tecla, aqueles vídeos são uma treta tão boa como os cremes rejuvenescerem as mulheres (os homens não sei). Ela estava disposta a encaixar só de um lado, a tecla, ou só de outro, só de um lado, ou só de outro, só de um lado, ou só de outro, mas como isso não queremos, acabou dentro da gaveta de cima, num cantinho, no final do dia. Isto foi há dois teclados atrás, no tempo em que eu comia bolachas e ainda não tinha incorporado estes quatro quilos que agora não me largam e não são meus, são para devolver. Vou tentar colar o A na tecla que perdeu o dela e como, por um lado, o vizinho S também está de saída, o assunto dá em post.  

Por outro, ainda não fui à praia. 
(um título da série "Ah, o Algarve em Agosto...", por causa do A, evidentemente, e de prometer uma coisa e depois não ser nada isso)

14 comentários:

  1. Oh, mas está um post lindamente. E maravilha, mesmo sem as duas teclas. Que o melhor é um teclado novo, mas nos portáteis deve ser um tudo em novo (o meu veio de origem com uma ou duas letras que se vêem bem mas teimam em não escrever; e posto isto, se me lembro do inconveniente, corrijo; se não, fica assim um texto para o esquisito lendo-se o u).
    Os teclados são peça mais vulnerável que a pele das pálpebras: coisa de tratar com pinças e respeitar apetites.
    Por vários motivos que até nem são apenas estéticos também gostava de mandar borda fora uns 4 quilos, cujos julgo que já são meus por longevidade e hábito. E como não sou bolacheira, ainda que aqui em casa haja muito o hábito, coisa que me contagia apenas a bolsa, só se fizermos ambas o que prenunciava uma colega para o pós férias, "primeira semana, pão e tostas; 2ª semana, pão e água; terceira semana, pão, água e fruta". Garante ela que é tiro e queda. Dado o panorama, é mais simples adoptar os quilos a mais: pertencem-me. E ponto final.
    Quanto a cremes: nunca criei ilusões. Mas sei que comprei a conselho um creme hidratante para o corpo que afinal é um açúcar sem tirar nem pôr. Para que raio quero eu um açúcar que nem sequer é doce (já provei e sabe até mal), é coisa que não sei. Moral da história: devemos ficar com os poucos cremes que conhecemos e não ir em conversa. Bom, sempre aprendi que há açúcares em boião que cá para mim são esfoliantes ou coisa assim. Ó miséria engravatada! Lá se foi o meu sonho de andar hidratada e cheirosinha. Ora bolas.
    E portanto. Como a Susana pode ver há coisas que não são migalhas de bolacha, mas também chateiam:).
    Tenha um bom domingo

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    1. A pele das pálpebras! Muito bem lembrado e de facto muito sensível. Até me fez lembrar agora o Indiana Jones, um dos filmes em que uma aluna do rapaz Indiana lhe tinha escrito umas palavrinhas nas próprias (dela) pálpebras e de vez em quando fechava os olhos para que eles as pudesse ler, às palavrinhas. Que ideia tão linda.
      E agora por açúcar: a Coca-Cola está a dar um prémio a quem apresentar um substituto do açúcar como deve ser, lá para as bebidas maléficas deles. E deve ser um bom prémio, bea, não sei se... esse creme.... hã? :-))

      Bem, eu ainda tenho esperança de me apartar em breve dos tais quatro quilos que roubei sem querer ao mundo e lhe quero devolver.

      Um bom domingo para si também :-)

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  2. O meu teclado, o de casa, tem 11 anos e mais uns pozinhos, sei-o, e até o saberia precisamente, que o comprei no dia em que fiz 38 anos. E tem fios. E está sujo que se farta. Contudo, não lhe desapareceram ainda nenhuns ABCs. Já o anterior, pois que sim, era o horror, escrever naquilo, ainda bem que nesse tempo eu não tinha blogue.

    O que me fizeste lembrar, Susana ;-)

    E o Algarve em agosto é cheio de quase tudo. Em agosto, há muitos anos que não visito o Algarve, mas não deve estar muito diferente.

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    1. Ó Gina, tu és como eu, sabes as datas todas. :-)

      Mas este teclado que já perdeu o A e está a caminho de perder o S tem um ano e é de marca boa. Pensava eu. Mal.

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  3. Um Ás revigorado este post.
    Tem um bom Domingo, Susana. Um abraço com mais quatro quilos, também uso.

    Ah! E convém não tratar os teclados como se fossem cuvetes de gelo... :)))

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    1. É um abraço mais pesado, então, com oito quilos a mais (tu também usas quatro?) :-)

      (Mas Teresa, os teclados pa-re-cem cuvetes de gelo...) :-))))

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    2. Prefiro não ter a certeza, mas é possível... talvez os quatro a mais de cada lado se anulem e fique um abraço perfeitamente horroroso. :))

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    3. De qualquer forma, anulando-se assim, ainda isto ia dar em matéria e anti-matéria, sabe-se lá. (mas sendo muito horroroso o abraço, estaremos a salvo!)
      :-)

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  4. lembrei-me da minha avó... que saudades dos tempos em ela fez uma capa para cobrir o meu primeiro computador (dos tempos do ms dos...).
    o que é certo é que as teclas desse teclado ainda têm as letras no lugar... excepto o espaço que lhe saltou os arames...

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    1. Eu lembro-me de capas para os teclados, de facto. E não era má ideia, visto que entre as teclas se acumula uma miríade de lixo que nós nem sonhamos (eu pelo menos nem sonho, nem quero sonhar).
      E que bom é lembrarmo-nos das avós. :-)

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  5. Olha que até nem se está mal de todo no Algarve, em agosto. E para mais, tenho um computador novo. :)

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    1. Ah, sua pirosinha com um computador novo!
      E ainda por cima no Algarve...
      :-)


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  6. Pode trazer os 4K a mais ao Algarve sem problema, não obstante ser o lugar do mundo onde como mais gelados, melhores ainda do que os de Roma...também eu levei a banhos as cicatrizes e os bocados de pele a mais que ficaram do emagrecimento súbito...isto do Algarve em Agosto tem uma enorme vantagem: somos tantos e de tantos feitios e tamanhos que já ninguém quer saber (aliás foi das coisas de que sempre mais gostei no Algarve, esta liberdade).
    Beijinhos

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    1. Hoje estive aqui mais para norte numa praia coberta de nevoeiro. De modo que também deu muito bem para ocultar tudo, aliás, foi preciso ter cuidado para não perder nada, para não me perder. :-)

      (mas espero que esse emagrecimento súbito dê lugar, gradualmente, ao peso que é devido; ao peso e à saúde, muita, toda - é o que desejo, CC. e agora fica um abraço apertado... e comovido)

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