a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

29/05/2018

Deslarguem

Creio que simpatizei bastante com o RGPD daqui em diante referido apenas como regulamento - aliás referido nada, que uma vez já bastou para aborrecer o leitor - logo à cabeça quando dele ouvi falar. Imaginei a minha vida mais toda limpinha, sossegada e livre, a caixa de email isentazinha do lixo que lá costuma cair em grandes quantidades todo o belo dia, o fim das sms’s sobre as promoções do borrego, pá de porco e abrilhantador para a máquina, também as dos eletrodomésticos linha branca sem iva quando lhes dá para esse lado, extinguidas as que vêm dos provedores de comunicações que não fazem jus nenhum a em casa de ferreiro espeto de pau, e – cereja no topo do bolo – nunca mais receber telefonemas enganadores provenientes de números não identificados, praga que mais se parece com perseguição tipo seita.

A quatro dias andados da entrada em vigor dele, não só os malditos correios eletrónicos e telefonemas não solicitados aumentaram em abundância, para aí exponencialmente, como até o meu pequeno e sossegado telefone fixo, o de casa, aparelho perto da idade da reforma, suponho, recomeçou a tocar com insistência.

E desconfio que este é um post que qualquer um de nós, cidadãos europeus, poderia - mais promoção menos promoção - escrever nesta data.

De modo que já des-simpatizei o que tinha simpatizado, evidentemente. Deslarguem bem podia entrar já no dicionário.

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