a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

12/02/2020

Andamos muito caladinhos ou completamente agarrados aos telemóveis?

Se nos vidros das janelas dos comboios holandeses se podem observar sinais de incentivo à conversa entre passageiros, ver para este efeito o fascículo anterior, os saquinhos de chá seus conterrâneos jogam na mesma equipa. Não recorrendo à imagem e optando sim pela palavra, vêm os saquinhos de chá incentivar a gente: Vamos conversar uns com os outros, vamos?



Tradução:

“Em criança, que profissão sonhavas ter?” (à esquerda)
“Qual o filme que já viste mais de 10 vezes?” (à direita)

15 comentários:

  1. Tão, mas tão fantástico, Suzy 3, é sobre isto mesmo que fala o meu último pedaço de palavras, interagir: conheço este rapaz há pouco tempo, os pais, há anos. Tem agora outro emprego, disse-lhe que preciso de um automóvel com certas características, ele, envergonhado, colado ao monitor do portátil, até lhe pagar uma cerveja e ele percebeu, convvidou-me para um cigarro no exterior, especifiquei o que quero comprar, ele percebeu.

    Ainda aproveitei para lhe dizerro que é o CERN, qual foi a primeira geração de informáticos/as au PT, gente cultissima, desconhecia tudo. Chocou-me particularmente que não soubesse quais as origens da Internet...

    Somos agora semi-amigos :D

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    1. Por acaso quando li esse teu pedaço de palavras pensei que estava relacionado com este meu devaneio, alex... :-)

      E que bom teres ilucidado o moço sobre esse monumento que é o CERN! Ele não tinha nem ouvido falar no pequenino bosão de Higgs que foi lá detetado em 2012?!...

      semi-amigos é bom :-)

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  2. Os lapsos são culpa do teclado (literalmente :))))

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  3. Uma conversa interessante faz esquecer qualquer telemóvel...
    Pessoas enfadonhas perdem para qualquer écran táctil...

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  4. Uma ideia fantástica, óptima até para estar colada nas carruagens do metro e dos comboios... Pode ser que alguém se inspire!!

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    1. Eu já vi, num restaurante nos arredores de Lisboa, uma placa a avisar que não há password de wifi disponível porque não há wifi disponível. E, por baixo, qualquer coisa como "Preferimos que os nossos clientes conversem enquanto almoçam".

      Mas mesmo sem telemóveis, há os ecrãs de televisão pendurados nas paredes de tudo quanto é restaurante e afins, que são uma praga ainda pior. Detesto-os.

      Olá TItica :-)

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  5. é capaz de ser um novo vírus... este agarramento aos telemóveis... esta perda de interacção... é uma iniciativa muito interessante, até mesmo para aqui.
    eu sonhava ser arqueólogo :) mais de dez vezes talvez Star Wars, o primeiro :)

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    1. Eu acho que pode nem ser bem uma perda de interação, mas mais uma troca da interação pessoal pela interação à distância, mais ou menos superficial. Mas vejamos pelo lado bom: por forma a retermos a atenção do nosso interlocutor e não o perdermos para o raio do ecrãzinho de telemóvel que lhe arde nas mãos (ou no bolso), temos de nos tornar mais e mais interessantes :-)

      Mas olá Manel, que bom ver-te de novo por aqui! E obrigada pelas respostas.
      Eu diria que a minha profissão de sonho em criança era bailarina.
      Filmes vi vários mais de dez vezes pela força das circunstâncias quando as minhas filhas eram pequenas - Shrek (muito bom), Toy Story (idem), Teletubies (este foi difícil de aguentar pelas vozes esganiçadas) e os Aristogatos (fabuloso), para dar alguns exemplos.
      Boa semana :-)

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  6. Simbora, que agora é tempo de conversar contigo, preparada? :-) então vamo nessa:

    Sabes, quando era criança, aquilo com que sonhava, mesmo, mesmo, não era com profissão nenhuma, mas era com a maravilha que seria ser completamente dona da minha vida sem ter ninguém nos meus calcanhares a dizer qualquer coisa como, por exemplo: "Cláudia Filipa, mas do que estás à espera para...", e aquela situação de ter de estar na cama por volta das 21 horas?. Ah! que fartar vilanagem! Que fartar vilanagem quando fosse grande!...:-)

    Nunca vi um filme mais de dez vezes, nem dez vezes, mas estou aqui a lembrar-me de uns quantos que já vi para aí umas três ou quatro, mesmo que, repetido, só algumas partes, e que me provocam emoções por motivos diferentes e sei que há uma forte probabilidade de continuar a vê-los pela vida, mesmo que só algumas partes deles a matar saudades, e, como estamos a conversar, vou contar-te, sem ordem de preferência, apenas pela ordem de lembrança (não vou pôr aspas para facilitar, está bem?):
    Ben-Hur; E tudo o vento levou; A Bela e o Monstro (o desenho animado e, agora, o filme, enfim, não resisto a esta história de encantar); Gata em telhado de zinco quente; Minha linda senhora; Música no coração (não resisto a algumas tradições, para além disso, esganiço-me com as músicas); A casa dos espíritos; Ligações perigosas (Sabes quando estamos a ler uma história e, numa determinada altura, o/a autor/autora diz-nos que determinada pessoa "estremeceu"? Pensei muitas vezes como seria difícil representar "um estremecimento", até que vi, praticamente no fim de Ligações perigosas, a grandessíssima Glenn Close, a representar, para mim na perfeição, "o estremecimento" :-)), continuando; Mentes perigosas; I am Sam; Sleeper, o herói do ano 2000 (tão bom); Eduardo mãos de tesoura; Melhor é impossível; Erin Brockovich; Uma questão de honra; Tive a fase de embevecimento com o filme Um sonho de mulher (e, para mim, como os enormes actores são os que são capazes de transmitir tudo só com os olhos, bem presente na minha memória está a expressão de Julia Roberts na ópera, uma das actrizes que, para mim, representa tudo maravilhosamente precisando só do pescoço para cima para transmitir todas as emoções); agora, como a lamechice vai ser ainda mais a doer, aliás, praticamente toda esta lista põe-me nas ruas da amargura, dos cinco que se seguem, dois até vou escrevê-los com o nome original para disfarçar um bocadinho :-) aaaaiiiiii, cá vai: You,ve got mail (ai o que eu acho de fofinho este filme! E ai que delicia de livraria aquela, que delicia de livraria aquela); Sleepless in Seattle; Doce Novembro; O que as mulheres querem; O espírito do amor. Agora, também existem os nossos, que já vi o tal número de vezes, mais ou menos, são todos antigos: O grande Elias (para mim, particularmente deliciosa a cena no ringue); O Costa do Castelo; O pai tirano; A canção de Lisboa (Ribeirinho, Vasco Santana, tantos e tantas dignos de se lhes tirar o chapéu, mas, dos antigos, tenho um enorme fraco por António Silva, penso que nunca me cansarei de vê-lo, põe-me toda a rir, mesmo quando não se vê por fora, por dentro, fico sempre embasbacada a vê-lo de tão bom que era a fazer o que fazia, ainda bem que esta gente é toda imortal através da sua arte ou não teria tido oportunidade de vê-los); e, Vale Abraão, transporta-me para uma outra dimensão, nem percebo muito bem o que esse filme faz comigo.
    Bem, já sabes, não é? Para mim, as conversas são como as cerejas e ficam sempre milhares, para não dizer milhões, de coisas por dizer, mas, como cá continuamos isentas de falecimento...
    Espero que esteja a ser e que continue um excelente fim de semana, pelo menos, é o que te desejo, no mínimo, Susana. E até um próximo bater de papo :-)

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    1. Como, lá está, ficam sempre milhares de coisas por dizer, venho acrescentar esta: Os filmes que vejo mais do que uma vez, são os que me provocam aquela sensação de prazer de descontracção e bom momento, aqueles que dão uma sensação de espreguiçar mesmo não espreguiçando, sabes? Há filmes muitíssimo bons, com trabalhos de actor/actriz memoráveis, que me emocionaram até às entranhas, que, passado um tempo, ainda pensava no que tinha visto, alguns, quase constantes murros no estômago, mas, esses, só os vejo mesmo uma vez, poderei ver duas, no máximo, excepcionalmente, só no caso de dois ou três.
      (Naquela lista dos de repetição, como pude? Esqueci-me de Chocolate e de Orgulho e Preconceito)
      Pronto, agora vou calar-me. (E o teu post seguinte, mesmo difícil, já tem ali excelentes propostas, sortuda!) :-)

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    2. E depois este é tema que excede as capacidades estreitas deste meio virtual, não é? Tanto é, que eu venho com dificuldades para te responder adequadamente e com todos os ff e rr como diz a minha mãe.

      Primeiro: muito obrigada pelo belo pedaço de leitura que aqui deixaste.

      "Chocolate", pegando no teu final, é um filme belíssimo. Esse vi-o duas ou três vezes. E tem uma fotografia! "Orgulho e Preconceito" não me recordo, não o devo ter visto.
      Mas também tenho os meus próprios, claro.

      Dos que referes, saliento dois que encerram um dos meus temas preferidos: conversão de pessoas ou gestão de equipas, se quisermos um nome mais sem graça: "Música no coração" (deste tirei uma ou duas musiquinhas no piano!) e "Mentes perigosas" (com a Michelle Pfeifer, certo?). Vi o primeiro muitas vezes, tendo começado aos 4 anos de idade, o segundo vi duas ou três.

      Mas é como dizes, podemos dizer mil coisas e ficarem outras tantas por dizer. Um dos filmes que mais me marcou e que só vi uma vez, no cinema, em 1993, por aí, com a Susan Sarandon e o - espera - aquele louro de cara larga, não me lembro agora o nome, ah, já sei, Robert Redford. O filme chamava-se "Lorenzo's oil", viste? (ah, mas em 1993 tu ainda não devias ser nascida...). :-) Foi de todos os filmes o que mais fundo me doeu de bom. E nunca consegui encontrá-lo de novo, nem no raio da Netflix que só tem é séries e eu quero é filmes (quando quero).

      Bem, este papo até podia continuar. Mas por agora interrompo, que já são horas.
      Obrigada, mais uma vez, Cláudia. É tão bom ler-te.
      Uma boa semana :-)

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    3. Qual Robert Redford, eu queria dizer Nick Nolte. São parecidos, não são?
      :-)

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    4. Nunca vi "Lorenzo's oil" e agora também quero ver :-)
      E, exactamente esses, esses da conversão de pessoas, também me tocam tanto. "Mentes perigosas", sim, é esse com a Michelle Pfeiffer, acho-o maravilhoso. Aproveito e conto-te uma coisa que costumava dizer a brincar: "Se eu não fosse eu, gostava de ser a Michelle Pfeiffer" :-). A beleza nas pessoas, para mim, e não sei se vou conseguir explicar isto bem, é uma mistura de suavidade, mas uma suavidade que faz adivinhar uma certa chama, e, ao mesmo tempo, uma imensa luz, não tem nada que ver com corpos, sabes aquelas pessoas que parece que trazem um projector dentro delas? Quem também tem isso é a Juliette Binoche, os anos passam, e também por elas, mas aquela luz, aquela luz que só algumas têm (e alguns, mas agora estou a falar delas), continua lá sempre que aparecem.
      (E como assim não era nascida em 1993!? Como costuma dizer-se, assim tão novo, só se for o espírito!) ;-)
      Continuação de uma boa semana para ti também, Susana :-)

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