a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

09/09/2019

Galáxias convencidas para comemorar

Na noite em que a minha amiga Marina, que é uma espécie de continuação de mim devido à antiguidade da nossa amizade, vamos a ver bem as coisas e crescemos a comer dos mesmos pacotes de bolachas enquanto discutíamos filosofia e também a trocar bilhetes, nas aulas, com urgentes descrições sobre os rapazes que se tinham cruzado connosco de maneiras interessantes no intervalo e ela, é só mais isto antes de atacar o objeto deste post, e ela com a graça habitual de inventar alcunhas para os seus rapazes, alcunhas que passavam a ser código só conhecido por mim, claro, para que mais ninguém soubesse do segredo super secreto, na noite em que ela, agora é que é, me arrancou do meu estado caseiro e me levou àquilo dos 15 anos do Rock in Rio, para vermos o seu querido Rui Massena, descobri que o fogo de artifício está muito mudado. Até fiquei meio tonta com o lúdico do espetáculo, posso dizer. Não sabia se havia de olhar para ali ou para ali. Orquestradas com a música, as bolas explodiam loucas, de vez em quando largavam uns encores tipo fluorescentes a dançar por ali acima e depois por ali abaixo até puf!. Algumas já nem eram bolas nenhumas mas antes uma espécie de galáxias convencidas, enquanto outras começavam nuns  espermatozoides ascendentes, ai foi foi, a prometer, e outras ainda deitavam chuvinha de fogo para um lado e um planeta azul a girar para o outro, tudo isto, deve dizer-se, veio encontrar a criança que há em mim, calma, que há em mim em sentido figurado, tanto que no final dei um baita abraço à Marina para agradecer e ela desatou a rir e disse que eu estou é muito por fora, e portanto fomos foi logo beber uma cerveja para de meio tonta passar a tonta completa, isto nos copos novos que agora há nestas coisas, não descartáveis, muito lindos para comemorar assim a noite e a vida, a amizade, para comemorar.

4 comentários:

  1. São mega espectáculos, nada do que já conhecíamos antes e que era típico das aldeias e vilas do interior. Sinto sempre uma certa ambiguidade nestas coisas - fico entre o gostar e o não gostar - mas é preciso ir para saber.
    (embora multidões nunca me agradem)
    ~CC~

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    1. Eu também fujo de multidões, mas neste caso tivemos sorte, havia espaço, nada de apertos, e foi realmente uma noite agradável. Mas fui arrastada para lá, isso fui, tenho de admitir. :-)

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  2. Já disse nos domínios de PMS, como, sem querer, de forma completamente inocente, fizeram-me, ambos, uma grande gaifonice. PMS, com retrato propriamente dito, tu, retratando, com palavras, a gaifonice maior, a noite em que queria mesmo ter estado e não pude. É que, sabes, também acho, Rui Massena, "uma cena mesmo fixe", e, quando soube o que iria fazer desta vez, pensei logo que valeria muito a pena, mas, já estava comprometida, há mais tempo, com outras coisas.
    Sabes que mais? Ainda bem que te arrastaram, ainda bem que te divertiste, ainda bem que valeu mesmo a pena. E que bom ter tido agora a oportunidade de saber, através do teu jeito de contar, como foi.

    Podia, penso até que ficava muito bem aqui um certo p.s., acontece que, para além do post anterior estar ali desacompanhado, o que aqui seria p.s. pertence-lhe, portanto, é para lá que vai, e já sem ser depois de nada.

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    1. Ah, minha querida Cláudia, a vida é injusta. Eu fui arrastada - depois de um dia de trabalho intenso depois do que me queria mais atirar para a cama do que para um concerto mas a minha amiga "não deixou" e ainda bem; e tu que tanto querias ir não pudeste...
      O nosso PMS deixa ali a imagem toda direitinha e centrada, hã? o que indica que ele não devia estar aos pulos e sim sentadinho e sossegado, mas como ele não conta nada da sua experiência, a gente põe-se aqui a adivinhar e isso.
      Olha, O Rui Massena estava feliz, senti. A orquestra vibrava e foi uma noite, de facto, muito bonita. A música minha preferida foi a Bohemian Rapsody dos grandes Queen, que energia! Até a Torre de Belém, apesar dos pés de chumbo que tem, parecia dançar! (ok, passo o pequeno exagero, a verdade é que a Torre estava linda!)
      E, mais uma vez, muito obrigada pela tua querida presença aqui, Cláudia, mesmo. :-)

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