a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

14/01/2020

Póssere?

O que é incrivel é quatro anos depois este meu telefone esperto, primeiro e único do género em minha posse, já ter um visual nitidamente para o velhote. Estive a pensar e acho que é dos rebordos salientes e também das proporções dois mil e quinze. Sim, ele é de dezembro, daí os quatro anos, calma. Os telefones dois mil e vinte, aliás nem devia chamar-lhes telefones que isso já com certeza lhes soa a museu dos coches... dispositivos multiuso, pronto, então dizia eu que os dispositivos multiuso dois mil e vinte não têm rebordos, o dedozinho já está pro na ótica do utilizador, portanto desliza pelo vidro afora sem medo de cair ou passar das marcas, dispensando a proteção oferecida pelo rebordo dois mil e quinze, não é verdade, seus marotos?
Eu estou um pouco eufórica, já vinha assim ao volante. Ainda não tinha acabado Portugal e Espanha já bem metidinha a impôr-se nas ondas rádio, corazón cariño no se quê. Canções populares tão lindas, pelo menos eu adoro aquilo.
É que o meu precisamente corazón voltou a bater inteirinho (não andava, não). Oxalá continue por uma data de tempo assim todo todo, póssere?

4 comentários:

  1. eu lembro-me de tu teres adoptado esse telemóvel :)
    espero que o teu coração atine, que desses desatinos percebo eu, também.
    respeita os avisos do teu corpo :)

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    1. Ah, que giro lembrares-te... O que é prova de que já andamos nisto há imenso tempo! :-)
      Pois, os desatinos. Enfim, vão e vêm, mas alguns ficam demasiado tempo, os nojentos.
      E fica um abraço apertado, querida ana.

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  2. E se, por um bocadinho, "Póssere" virar "Pós-série", num sentido adaptado que vai sair já já, Póssere? Então, essa pressa tecnológica de estar sempre a acrescentar "desnecessidades", apresentadas como absolutamente necessárias, a coisas que já estavam muitíssimo bem e capazes de facilitar-nos a vida por muito mais tempo, não fosse o lado económico de estar cada vez mais gente a viver disso, lado perfeitamente compreensível, mas... Rápido, rápido, fútil, fútil, lixo, lixo. Para mim, aqui, a Tecnologia a ser perigosamente má. Marotos.
    Já substituir corações, ah, bem mais difícil, e, mesmo assim, há quanto tempo, mas há quanto tempo, por exemplo, existem corações a bater a pilhas, é a Tecnologia a ajudar na sua versão mesmo, mesmo boa, olha, boazona (e, pronto, agora lembrei-me de "Pós-humano", já aqui, póssere, não pode? ;-)).

    Já esse teu coração sem estar partido, de forma nenhuma, a bater todo todo, então não póssere? Ora essa, era o que faltava que não pudesse, DEVE é o que é, e se corações desses fazem falta, muita falta.
    Pois que esse corazón continue assim, a bater inteiraço, Susana :-)

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    1. Que bem resumiste, querida Cláudia, uma das características situacionais que em mim normalmente desencadeia um tédio: "Rápido, rápido, fútil, fútil, lixo, lixo."

      Gosto tanto dos teus comentários - que se situam tão no oposto disso.

      A vida é feita de momentos simples, essencialmente, - estes que passamos aqui a conversar atestam isto. (obrigada)

      Já te desejei um 2020 muito cheio de tudo o que gostarias que viesse a ti?
      E agora um abraço todo todo, póssere? :-)

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