a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

13/05/2023

Ou a ideia é transformar quem leia qualquer coisinha futura em atrasadinhos totais?

A cada notícia a urgência intensifica-se. Há que comprar o maior número possível de livros o quanto antes. Livros que ainda trazem os adjetivos inteiros, as possíveis ofensas, as cenas maradas, livros completos, autênticos. Não submetidos aos atuais critérios de censura, frutos de uma surpreendente ausência de cérebros capazes de pensar. Poucas coisas me entristecem tanto como a amputação dos livros que parece querer anunciar-se no horizonte.

Um bocadinho mais de inteligência, por favor. A sério, vá lá.



12 comentários:

  1. Diz-se que no tempo do fascismo é que se amputavam os livros. Não quero acreditar que hoje se faça tal "crime".
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    Sábado perfumado de Amor e Paz
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    1. Olá Mariete! Eu também tenho ainda esperança que quem decide ponha a mão na testa e perceba que os livros não se podem amputar pelas razões de terem linguagem ofensiva e parvoíces do género. É mesmo muito triste.

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  2. E mais: eu acho que esta «moda» que anda por aí a pegar é a laicidade à procura do espiritual. Uma demanda universal, que agora começa a despertar nos seres, que se querem mais conectados. Linguagem que divida, não. Uno.

    Só digo uma coisa: querem um índex, adiram à Igreja. Já há. Não precisam de vir conspurcar os livros com as vossas florzinhas metafísicas erradas e papões do céu que estão para Deus como espantalhos para os pássaros.

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    1. Talvez tenhas razão, querido Diogo, e falte profundidade e inspiração à vida das pessoas. As coisas não podem ser lidas todas sob a mesma bitola, sem sequer refletir nas consequências.
      Aderindo à igreja ou não, parece-me que falta a capacidade d epensar a muito boa gente. Isso preocupa-me sobremaneira.
      Mas "florzinhas metafísicas erradas e papões do céu que estão para Deus como espantalhos para os pássaros" é poesia, Digo!

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  3. Tudo em nome de uma boa intenção inicial. Parte da ideia da eliminação de todos os preconceitos, parte da ideia "o ser humano nasce puro e depois a artificialidade da construção social está pronta para contaminá-lo transformando-o num estafermo mesquinho dado ao preconceito, e, depois de já estar transformado em tal criatura pouco digna, a partir daí, fica a porta aberta para todo o tipo de discriminação e dificuldade de aceitação da diferença etc". Ora os mais radicais pensaram que podem apressar a evolução, queimando etapas, se destruírem tudo o que possa conduzir, segundo a sua óptica, a modelos pouco edificantes e então resolveram "zerar". Portanto, tudo quanto possa ser considerado pernicioso deverá ser eliminado nesse caminho de busca por um ser humano melhor e então tens agora instalada esta censura "do bem"...

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    1. Sim. Os pretos nascem puros e podem ser contaminados com línguas de discriminação e racistas. Mas só entre eles, pela vida toda. Este revisionismo todo é uma hipocrisia pegada... e picuínhas. Editam o Mein Kampf e tiram os c*r#lh*s de onde devem estar, por vontade própria, ou alheia, já nem sei bem. Que azelhice.

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    2. Precisamente, Cláudia. Vai-se diretamente da absorção de ideias com os pés para o zerar do passado. A falta de capacidade para pensar, usar a cabeça, ou como lhe queiramos chamar, é um bocado assustadora.
      Um beijo, minha querida Cláudia :-)

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    3. Mas tenho esperança que ainda haja alguém a parar para refletir e não se embarque em disparates histéricos. Enfim. Olá Diogo :-)

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  4. Hoje, a minha publicação, é dedicada a todas as Mães, do outro lado do Atlântico, (Brasil) bem como, todos os outros Países que celebram o dia da Mãe.
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    No outro lado do Atlântico... Feliz dia da Mãe ... 🌹
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    Beijos. Boa tarde de Domingo.

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