o carro estacionado ao sol fazendo as vezes de forno,
a estrada de terra batida a libertar-se de boas quantidades desta, que nos cobre de pó, montes de pó,
a paisagem urbana absolutamente, ou quase absolutamente, vá, desprovida de alguma pitada de bom gosto que fosse.
Tipo assim.
Nos últimos anos, o Algarve apenas me serve os seus efeitos na pele bronzeada das minhas filhas, da minha irmã, de uma ou outra vizinha, e estamos bem assim.
Ricas férias de que me queira servir compreendem encharcar-me de livros até ao pescoço, de preferência acompanhada de muitas árvores, pássaros enchendo o ar aos bandos, uma brisa estival, um vinho branco ao pôr do sol, uns cursos de água por banda sonora. Claro que as cerejas podem vir para o topo do bolo se quiserem: um pequeno museu a pulsar com uma vida antiga, uma aprendizagem inesperada, um quadro que conta uma história densa, um filme de época, uma coincidência celeste.
Em todo o caso é fundamental, para temperar, a continuação de um cafezinho à minha frente.
(Em particular, recomendo imenso As Árvores, de Percival Everett. Mas imenso.)
Sem comentários:
Enviar um comentário