a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

27/07/2020

Dois (apartado)

Se o domingo não andasse aí a cheirar o sujo da berma da estrada, eu o teria agarrado, metido no bolso e, a correr, bem podia ir deitá-lo ao rio (ou esquecer). Domingos! Parecem os buracos do queijo. (Querem parecer os buracos do queijo?)

Acordei três noites seguidas a meio do sono assustada com o provedor de serviços de comunicações. Então escrevi mentalmente, com requintes de ácido, fulminantes, acabamentos em negrito da Hewlett Packard, a carta lagarta demolidora. Feita em três, culminou na fila dos correios. Bom dia.

12 comentários:

  1. Não que estes textos numerados não tenham várias pontas por onde pegar, que estão aqui uns novelinhos que são um mimo, diria até (e vou mesmo dizer já a seguir :-)) que existem pontas para várias sensibilidades, ou não estivéssemos no comboio, em forma de Blog, da Susana, que é assim todo um Expresso do Oriente, mas sem a parte do crime.

    Este comentário está feito domingo que foge pelo buraco do queijo, mas os teus novelos de palavras fizeram as minhas encolher-se, a culpa é toda tua :-)

    E então, afinal, cadê a substância deste comentário? Ah, está toda naquela situação de querer vir deixar-te um "Olá", assim um "Olá" todo convencido, até está com o "O" todo maiúsculo e tudo, o vaidosão, viste? Assim todo armado num domingo que não fugiu nem deu em vazio, pfffff, ele há com cada "Olá"!

    Olá, Susana! :-)

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    1. Uns Olás de alto lá com ela, como diria o meu avô.
      Pois eu acho as tuas palavras mesmo nada encolhidas, Cláudia, sorry.

      Expresso do Oriente! Fui tão feliz a ler essa história. Essa e outras, acho que todas, da A. Christie! O filme também não é nada de se deitar fora, pois não?

      Obrigada pelas flores que sempre deixas aqui, Cláudia, a aromatizar isto. É tão bom.
      :-)

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    2. Se soubesses o quanto ando deliciada a ver, na Fox Crime, episódios de Poirot, naquela interpretação magnífica de David Suchet, adoro. Tudo nesta série é feito com um cuidado, requinte, requinte é a palavra certa.

      Sim, o filme não é mesmo nada, mas mesmo nadinha, de se deitar fora.

      E, ora, flores com flores se pagam :-) (eu bem tento que saia assim tipo flores, ainda bem que sentes como tal.) Obrigada eu, Susana. :-)

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    3. Se eu tiver a Fox Crime (devo ter, no meio dos oitocentos canais que nos impingem) ainda me sento a ver um episódio! Poirot tem muita classe :-) (o ator que mencionas é que não conheço).
      Um resto de semana bem temperado, Cláudia :-)

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    4. Faz isso, mesmo, penso que vais gostar tanto, penso mesmo. Tens de ver Poirot por David Suchet :-), tudo, no cuidado com que é feito, penso mesmo que também será tanto a tua praia :-). Acho que andam a dar assim episódios avulso, de várias temporadas, agora nestes meses de férias, também só soube na semana passada.
      Normalmente, nunca é tão bom nos filmes, ou nas séries, seja o que for baseado em livros, como aquilo que imaginamos quando lemos, mas este Poirot, está para lá de tudo o que alguma vez imaginei enquanto lia, ok, a culpa poderá ser da minha imaginação, mas, pronto, acho este Poirot brilhante!
      Eu uso a modalidade Flashback para ver se e quando me apetece, ou posso, se não também seria mais difícil ver assim a usufruir mesmo, mas, assim, também tenho as minhas coisas televisivas correspondentes aos momentos chocolate negro e caneca de café, aqueles momentos que nos tornam tudo mais leve, ainda mais nestes tempos que, este ano, nos alteraram a vida toda.
      Se vires, conta-me. Quero mesmo saber, fico mesmo curiosa para saber a tua opinião, e, se não achares assim tão bom como eu, diz-me na mesma, está bem?
      E, para ti também, essa situação do tempero :-)

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  2. bem, enquanto espero pelo «Um» :), posso dizer que este é o meu preferido, por ter um tom alucinado, no melhor dos sentidos. do narrador à construção frásica, tudo é deslocado, 'como aparece' na realidade, mas retumbante de um mundo outro. cai-nos com um piano em ruína, tocando a sua última nota. duas, vá. :D

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    1. Diogo, vou-te confessar: ando a escrever estas coisinhas inspiradíssima no livro maravilhoso que aconteceu estar a ler.
      "Flecha" de Matilde Campilho. Experimenta. Acabou de sair, ainda está quentinho.
      E obrigada pela generosidade, poeta Diogo. :-)

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