a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

19/05/2021

Cuidado ó morena, dia sete

Durante a tarde, recebi no desassossego do lar várias buzinadelas já filhas de um novo trânsito, desconfiado. Finado, desconfinado. Elas vieram importunar-me a pobre memória que ainda estava de férias destes ataques. De volta à realidade, é o que é, e as buzinas não atuavam sozinhas. Havia também que acomodar nos ouvidos martelos num andar próximo aos encontrões às paredes, de modo que fugi para a minha nova atividade caseira e dançante, suportada (não vou dizer empoderada, credo) suportada, repito, pelo sempre disponível Youtube. Pelo menos nesta fonte o barulho do tipo obras vem mais organizado e abafa as buzinas da rua, é sempre a faturar. Ando tão contente com isto que até me dá vontade de oferecer um presente aos vídeos.*

*inspirado na Clarice Lispector que queria oferecer um presente à sua máquina de escrever por gostar muito dela.

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