a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

16/01/2022

Benditas feromonas

Quando, já a tarde se punha esmorecida, levei com a rua na cara à saída do prédio para ir comprar sumos e sobremesa para o jantar com uma das minhas irmãs e correspondentes miúdos, senti-me feliz. É esquisito mas que foi, foi.

Comprei dois sumos, um pacote com chocolates miniatura para o café e milho para a salada. Não vou pôr tomate, hoje não gosto de tomate. Normalmente em janeiro é assim. Lá para maio tornarei a gostar. Hesitei quanto ao queijo branco mas deixei-o ficar descansado. Havia tantas marcas diferentes, e formatos, que me cansei de tentar tomar a decisão por isso não a tomei. Ando assim a meio gás há tempos, daí achar tão estranho o pico de felicidade. Pensando melhor, hoje dormi muito bem, fiz a caminhada toda e comprei o tabuleiro de segurança. Andava há séculos à procura dele, um tabuleiro um bocado bonito para dispor em cima da cómoda com as caixas de cerâmica dentro, em arranjo de rebordos subidos à prova de patinhas felinas deslizadoras-de-objetos-e-deitadoras-dos-mesmos-ao-chão durante a noite. Creio que assim as caixas podem voltar a sair da gaveta onde têm passado mal a pandemia. Portanto, vendo bem as coisas, e entretanto também as caixas, até que não estranho a felicidade que me caiu em cima. Mais: montei as rodas todas, quatro de cada lado, no cesto inferior da lavavajillas, se quisermos uma palavra lindíssima, se não, temos sempre a composição máquina-da-louça, e ele corre sobre rodas. Novas. Está tão bom o cesto. Afinal, tenho imensas razões para a felicidade chegar cá.

(mais: as benditas feromonas parece que estão mesmo a resultar, caramba - quase choro de alegria)

5 comentários:

  1. Ah Susana, tamném tenho dias assim, de estranha felicidade...e outros de melancolia. Umas vezes por causa de pequenas coisas assim...outras por causa das grandes coisas enterradas lá dentro que resolver despertar. E não é que o sol quer espreitar entre o nevoeiro? Boas chances de o dia se salvar :)
    ~CC~

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    1. Sem dúvida que o dia se salvou do nevoeiro e o sol venceu :-)
      Acho que esta pandemia e todas as restrições acumuladas vem imprimir-nos nuvens na alma. Eu pelo menos sinto isso.

      Mas, querida CC, quero dizer-lhe que gostei muito de ver a sua foto com quem penso ser a sua filha. Que bonitas as duas. :-)
      Um beijinho e boa semana, com muita felicidade!

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    2. Ah, ah...Susana, adorei...suspeito que a filha sou eu! Já me salvou o dia...
      ~CC~

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    3. (xiiiii... eu a pensar que a querida CC já tinha passado dos 30...)

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    4. Já vou muito além, quase no dobro:))))
      ~CC~

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